Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Na próxima segunda-feira (12), os manifestantes que ocuparam ontem a Câmara Municipal, em protesto contra a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, deverão ter novo encontro com o presidente da Casa e o conjunto de 51 vereadores, que serão convidados a participar.
A proposta foi feita hoje (10) pelo presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), durante a primeira reunião de negociação oficial com os manifestantes, destinada a “pensar alguma saída política” - como a renúncia dos indicados -, relatou o mediador das partes, vereador Jefferson Moura (PSOL). Até lá, porém, os cerca de 60 manifestantes continuarão ocupando o plenário. Não foi definido ainda o horário do encontro do dia 12.
Os manifestantes pedem a renúncia dos membros da CPI dos Ônibus, a condução do vereador Eliomar Coelho (PSOL) à presidência da comissão e um processo aberto de acompanhamento, entre outras reivindicações. O presidente da Câmara se comprometeu a garantir o acesso e a transmissão online de qualquer sessão da CPI, informou Moura.
Embora os nomes que compõem a CPI tenham sido indicados pelo regimento, o vereador admitiu que há sempre a possibilidade de uma saída política. “Há possibilidade de recomposição, de negociação no âmbito da Câmara”. Moura disse que existe na Casa uma sensibilidade pelo que a opinião pública está externando. “Essa reunião hoje já foi fruto da pressão da opinião pública do Rio de Janeiro. Então, tudo é possível”.
Jefferson Moura não descartou a possibilidade de ser feito um questionamento no Ministério Público ou algum tipo de ação judicial. “Há uma movimentação para buscar uma saída política, que dê nova composição interna no âmbito da CPI”. Ele deixou claro, entretanto, que, para que isso aconteça, é preciso haver uma articulação entre os vereadores. A renúncia seria uma opção individual dos membros da comissão.
Os manifestantes foram representados na reunião de hoje por uma comissão integrada por 12 membros escolhidos. Cinco vereadores, além do presidente Jorge Felippe, representaram a Câmara. Não foi permitida a entrada da imprensa.
Está sendo solicitada também para o dia 12 uma reunião com a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Rio (OAB-RJ), além de outras entidades, para um acompanhamento da situação. “A gente acha que vale a pena ter uma observação organizada, a produção e a pesquisa que dê suporte, a partir da nossa opinião política”, disse Moura. Segundo ele, até que ocorra o próximo encontro, está mantido o cronograma de funcionamento da CPI dos Ônibus, que prevê a primeira reunião no dia 13, às 10h. “Neste momento, em tese, está tudo mantido. E, evidentemente, está tudo questionado”, acrescentou.
Edição: Graça Adjuto
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