Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Federação Nacional de Medicina (Fenam), Geraldo Ferreira Filho, disse hoje (29) que o balanço do Programa Mais Médicos mostra uma consciência de classe dos profissionais. O Mais Médicos totalizou 3.891 médicos com diploma brasileiro que confirmaram a inscrição. Dos 1.920 médicos com diploma estrangeiro que se inscreveram, 766 confirmaram a inscrição. Os estrangeiros tem até o dia 8 de agosto para concluir a entrega dos documentos.
“Há consciência da classe de que não pode ser explorada. Acho que isso está bem firme no ideário do médico brasileiro. E nem permitir que o médico estrangeiro venha servir de mão de obra escrava no Brasil. Há uma rejeição a isso”, disse Geraldo Ferreira a jornalistas.
O presidente da Fenam negou que as entidades médica tenham se organizado para atrapalhar o programa. Durante o período de inscrições, o Ministério da Saúde suspeitou que profissionais estavam se inscrevendo apenas para tumultuar o processo e pediu apuração da Polícia Federal. Em balanço divulgado na última sexta-feira (26), o ministério registrou que, dos 18.450 inscritos, 8.307 apresentaram números inválidos de registros em conselhos regionais de Medicina.
“Por parte da entidade médica não houve qualquer incentivo a isso. Se fôssemos fazer um boicote diríamos que os médicos não se inscrevessem porque estamos combatendo o plano às claras”, disse Geraldo Ferreira Filho. Para ele, com o avanço das discussões, os médicos foram compreendendo melhor o programa e concluindo que não seria uma boa opção.
O balanço do Mais Médicos foi apresentado hoje pelo secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, ao participar de audiência pública no Conselho Nacional do Ministério Público. O evento reuniu representantes de entidades médicas como a Fenam e o Conselho Federal de Medicina e representantes dos ministérios da Saúde e da Educação.
Edição: Fábio Massalli
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