Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Acusados de assédio moral e sexual, homofobia e desrespeito, o ex-cônsul do Brasil em Sydney (Austrália) Américo Fontenelle e o ex-cônsul adjunto Cesar Cidade ganharam mais dois meses para a defesa. O Ministério das Relações Exteriores confirmou hoje (12) à Agência Brasil a prorrogação da sindicância que investiga os diplomatas. O processo de apuração das denúncias, encaminhadas por funcionários do Consulado do Brasil em Sydney, foi aberto na primeira semana de maio.
Três embaixadores designados pelo Itamaraty para investigar o caso foram à Austrália. Eles conversaram com funcionários que reiteraram situações em que houve abuso de autoridade e humilhação. Fontenelle e Cidade negam as acusações. Ambos deixaram os cargos. Fontenelle foi removido por ordem do Itamaraty, enquanto Cidade pediu para sair do posto na Austrália.
O resultado da sindicância, chamado no Itamaraty de processo administrativo disciplinar, pode levar à exoneração dos dois diplomatas, mas há também possibilidade de serem punidos apenas com advertência oral. Pelas normas, o prazo da investigação é 60 dias, com possibilidade de prorrogação por mais dois meses – no caso, o processo deve ser encerrado em setembro.
Em maio, quando as denúncias vieram à tona, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reiterou aos diplomatas responsáveis pela investigação que rejeita os comportamentos inadequados às funções desempenhadas pelo Itamaraty. Durante cerimônia de posse do novo secretário-geral, Eduardo dos Santos, o chanceler lembrou que “não há espaço” para comportamentos que “não sejam adequados” ao ministério.
Edição: Graça Adjuto
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