Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O cônsul adjunto do Brasil em Sydney (Austrália), Cesar de Paula Cidade, tem até 20 de junho para se apresentar ao Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, e prestar explicações sobre as denúncias de desvios de comportamento que o envolvem. A Portaria 286 determinando que ele deixe as funções e volte para o Brasil foi publicada no boletim interno de serviço do ministério. Tanto Cidade, como o cônsul-geral do Brasil em Sydney, Américo Fontenelle, receberam ordens para deixar o posto. Ambos respondem a um processo administrativo disciplinar.
Os dois diplomatas são denunciados por funcionários por assédio moral e sexual, homofobia e desrespeito. As investigações são conduzidas por três embaixadores com experiência consular e questões administrativas. Ao final das apurações, ambos podem ser condenados com uma advertência oral ou até exonerados de suas funções. Ao Itamaraty, Fontenelle e Cidade negam as acusações.
As denúncias surgiram a partir de acusações feitas por funcionários do Consulado de Sydney, que informaram ao Itamaraty situações em que foram humilhados e houve abuso de autoridade por parte do cônsul e do adjunto dele. Desde então, o ministério passou a apurar as informações.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reiterou aos diplomatas, responsáveis pelas investigações do caso, que rejeita os comportamentos inadequados às funções desempenhadas pelo Ministério das Relações Exteriores. Na cerimônia de posse do novo secretário-geral, Eduardo dos Santos, o chanceler lembrou que “não há espaço no Itamaraty” para comportamentos que “não se adequem” ao ministério.
Fontenelle teve a remoção determinada por Patriota no último dia 8. Para o lugar dele foi designada uma embaixadora cujo nome está sendo preservado e deve chegar ao posto nos próximos dias. Não há definição sobre as novas funções do ex-cônsul do Brasil em Sydney.
Edição: Fábio Massalli
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