Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deve embarcar ainda hoje (10) para a Espanha com o objetivo de divulgar o Programa Mais Médicos, lançado na terça-feira (8). A iniciativa prevê a contratação de médicos estrangeiros para atuar em municípios do interior e nas periferias de grandes cidades, caso as vagas abertas não sejam totalmente preenchidas por profissionais brasileiros.
Padilha informou que a viagem faz parte de missões programadas pelo governo brasileiro para fechar acordos de cooperação técnica com universidades e com os ministérios da Saúde da Espanha e de Portugal.
"Esses dois países sinalizaram que tem muitos médicos brasileiros que querem voltar ao Brasil e médicos de lá que têm interesse em participar [do programa] e atender no Brasil por um período, na atenção básica na periferia das grandes cidades e nos municípios do interior", disse Padilha, após participar, nesta quarta-feira, do Bom Dia, Ministro, programa produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.
O ministro enfatizou que o governo também trabalha para divulgar o programa entre os médicos brasileiros, que serão prioritários no preenchimento das vagas. Ele lembrou que os médicos interessados em participar do programa podem se inscrever para a primeira chamada de profissionais até o dia 25 de julho, e ressaltou que as inscrições continuarão abertas para convocações posteriores.
Já os municípios que desejam receber o reforço dos médicos devem se inscrever até o dia 22 deste mês. Eles terão que informar ao Ministério da Saúde o déficit desses profissionais e apontar as unidades de saúde que estão prontas e em condições de funcionamento, mas que enfrentam falta de médicos.
Sobre a criação do segundo ciclo do curso de medicina, outra medida prevista no Programa Mais Médicos, o ministro reiterou que o objetivo é melhorar a formação dos profissionais brasileiros. Ele negou que o governo pretenda resolver problemas no atendimento na rede pública com a medida, pela qual estudantes que entrarem no curso a partir de 2015 terão que atuar por dois anos na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma.
"Não tem nenhuma relação com o atendimento à saúde, mas com a melhor formação do profissional. Não queremos médicos que só conheçam um pedaço do paciente. Antes de se especializarem, é preciso que eles tenha uma visão mais integral das pessoas, que saibam acompanhá-las melhor por dois anos e não entrem precocemente na especialização", disse.
Padilha também reforçou que, nesse período de dois anos, os estudantes não serão deslocados para regiões distantes do local onde estudam, mas atuarão em unidades da rede pública ligadas às suas instituições de ensino, na própria cidade ou em regiões metropolitanas dos municípios onde estão localizadas.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de a atuação obrigatória no SUS ser estendida a outras categorias da área de saúde, o ministro enfatizou que o programa do governo, enviado ao Congresso por meio de medida provisória, prevê a determinação apenas para os estudantes de medicina. Ele acrescentou que possíveis mudanças na grade curricular do curso de medicina a serem implementadas a partir de 2015 serão analisadas pelo Conselho Nacional de Educação até o fim do ano.
Edição: Davi Oliveira
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