Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse compreender as preocupações do governo da Bolívia, que encaminhou queixa ao órgão depois que o avião presidencial foi proibido de sobrevoar quatro países da Europa e aterrissar. Ban Ki-moon pediu que os governos envolvidos debatam a questão com respeito aos legítimos direitos. Ele se sente “aliviado” pelo incidente não ter causado “consequências para segurança" do presidente boliviano, Evo Morales e de sua comitiva.
A reação de Ban Ki-moon ocorreu por intermédio de comunicado da ONU. “Compreendo as preocupações do governo da Bolívia", diz o texto. “[Estou] aliviado por esse infeliz incidente não ter tido consequências para a segurança do presidente Morales e da comitiva."
O secretário-geral disse ter apelado aos “países implicados que debatam a questão, respeitando os legítimos interesses” em discussão. A Bolívia disse ter encaminhado queixa formal contra Portugal, a Espanha, a França e a Itália por terem fechado o espaço aéreo para a aeronave presidencial.
Na terça-feira (2), o avião de Morales foi proibido de ingressar nos espaços aéreos de Portugal, da França, da Itália e da Espanha porque havia suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales vinha da Rússia, onde participou, em Moscou, de reuniões técnicas sobre exploração e produção de gás e teve que esperar, por 13 horas, em solo austríaco, autorização para seguir viagem. O avião do presidente boliviano ficou parado em Viena.
Snowden é acusado de espionagem nos Estados Unidos e está na Rússia à espera da concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil.
Os presidentes Dilma Rousseff, Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Rafael Correa (Equador) prestaram solidariedade Morales. Nas declarações, eles consideraram os atos dos governos europeus uma violação à América Latina.
Edição: Talita Cavalcante
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