Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os manifestantes do Movimento Ocupa Cabral disseram hoje (2) que retornam na quinta-feira (4) para a frente do prédio onde mora o governador Sérgio Cabral, na esquina de Avenida Delfim Moreira com Rua Aristides Espínola, no Leblon. O grupo, de cerca de 20 manifestantes, foi retirado hoje (2) de madrugada do local, onde estava acampado desde o dia 21 de junho, por uma força policial do 23º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento na região.
De acordo com uma das integrantes do movimento, a estudante de comunicação social, Luiza Dreyer, 22 anos, que estava no local na hora da retirada, a ocupação desta semana será a partir das 18h, com um número muito maior de participantes. Ela disse que na ação de hoje algumas barracas foram quebradas, a comida do grupo jogada fora e alguns livros confiscados pelos militares, porque tinham cunho político.
"Eu mesma perdi a minha identidade, quebraram o meu telefone celular e fiquei sem os meus contatos. Uma manifestante - mulher de um militar do Corpo de Bombeiros - expulso no movimento da corporação em 2012, passou mal e nós que tivemos que chamar uma ambulância que atendeu à paciente no local".
Luiza disse que o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, esteve nesta segunda-feira (1º) com o grupo acampado no Leblon e deu garantias de que eles não seriam retirados do local à força e que hoje os manifestantes seriam recebidos pelo governador Sérgio Cabral para tratar das suas reivindicações.
"Eles esperaram a madrugada, quando estávamos dormindo nas barracas em um dia de chuva para usar a força e nos retirar do acampamento. Estávamos em um momento de fraqueza, quando a polícia chegou com 40 policiais em dez viaturas e usando a força bruta", disse.
O Movimento Ocupa Cabral disse que tem uma pauta de reivindicações pronta para ser apresentada ao governador Sérgio Cabral. Na área de transportes, o movimento quer a obtenção de passe livre para todos os alunos de colégios púbicos e particulares, do ensino fundamental, médio e superior. Na saúde, exigem o retorno de 1.500 profissionais de saúde afastados do Serviço de Assistência Médico de Urgência (Samu). Na área de segurança, a reintegração dos 14 militares do Corpo de Bombeiros e dois policiais militares expulsos de suas corporações durante o movimento de 2012, quando o Quartel Central do Corpo de Bombeiros foi tomado por um grupo de manifestantes, entre outras reivindicações.
Em nota, o governo do Estado diz que "respeita o direito de qualquer cidadão de se manifestar pacificamente. O direito, no entanto, não pode ser exercido em prejuízo da ordem pública e do direito de ir e vir das pessoas. O governador se dispôs a receber todos os acampados na rua de sua residência. Alguns deles aceitaram o convite e efetivamente se reuniram com o governador no Palácio Guanabara. Um outro grupo se recusou a manter o diálogo com o governo e manteve o propósito de ocupar uma rua da cidade, afetando o trânsito e o direito de ir e vir das pessoas, apesar de ter sido feita ontem uma última tentativa de diálogo".
Edição: Fábio Massalli
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