Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Representantes de movimentos sociais e manifestantes individuais reuniram-se hoje (23) no Complexo da República, em Brasília, para discutir propostas a serem encaminhadas ao Poder Público, após protestos realizados em todo o país nas últimas semanas. Até meados da tarde, sob sol forte, a Grande Assembleia dos Povos do Distrito Federal ainda votava a metodologia de discussão, sem entrar nos temas e propostas concretas.
O grupo de cerca de 300 pessoas, formado essencialmente por jovens, decidiu se dividir em grupos menores para aprofundar as discussões e retomar a assembleia no final do dia, para consolidar então as principais propostas. Os eixos temáticos são direitos humanos, Justiça e criminalização; reforma e participação política; mídia e comunicação; transformações estruturais e serviços públicos; além de Copa do Mundo.
Com a ajuda de um pequeno sistema de som, os organizadores tentavam coordenar as ideias apresentadas por grupos diversos como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Marcha das Vadias, Anonymous DF, Acorda Brasília e União Nacional dos Estudantes, ou ainda por grupos sem vinculação política ou social interessados em participar. A assembleia decidiu fazer um calendário comum de atividades nos próximos dias para dar fôlego ao movimento unificado.
Em maior número que os manifestantes, cerca de 600 policiais militares estavam nas proximidades aguardando o desenrolar das atividades. De acordo com a coronel Maria Costa, responsável por coordenar o trabalho da Polícia Militar, a orientação é acompanhar as discussões e seguir a pé com os manifestantes, caso eles decidam sair em passeata.
Segundo Maria Costa, a PM trabalha com estimativa de participação de até 5 mil pessoas e conta com reserva de batalhões de apoio da Cavalaria, da Tropa de Choque e da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam). “Vamos garantir o direito de locomoção e de manifestação de quem está aqui, mas também estamos preparados para agir em casos de depredação ou violência”, observou.
Próximo ao local da assembleia, um pequeno grupo de profissionais de saúde, vestidos de jaleco, discutia os rumos das reivindicações contra o Ato Médico. Eles disseram não fazer parte da discussão maior sobre os rumos do país, pois possuem uma pauta restrita e objetiva.
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Edição: Denise Griesinger
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