Da Agência Lusa
Istambul - Uma terceira explosão ocorreu hoje (11) na cidade turca de Reyhanli, horas após dois carros explodirem, deixando 40 mortos e 100 feridos. A terceira explosão ocorreu em uma zona muito populosa, perto do centro da cidade. Os serviços de socorro já estão no local.
Os carros explodiram perto da Câmara Municipal e do posto de correios de Reyhanli, na província de Hatay, na fronteira com a Síria, danificando gravemente os edifícios. As explosões ocorreram um dia depois da divulgação de que nas fileiras da organização terrorista Al Qaeda estão cerca de 2 mil cidadãos turcos, que vivem no próprio país.
Um relatório da Organização Nacional de Inteligência da Turquia afirma que 2 mil turcos receberam treinamento militar em bases da Al Qaeda no Afeganistão, no Paquistão, na Bósnia e na Chechênia, e depois eles voltaram ao seu país para formarem células do grupo.
Nos relatórios dos serviços secretos turcos também há uma referência ao grupo radical islâmico Hezb Ut Tahrir, que se apresenta como uma organização política mas que dispõe de milícias armadas que participaram na luta contra o regime do presidente Bashar Al Assad, na Síria.
Após as explosões, dezenas de turcos que responsabilizam os sírios pelos explosões concentraram-se no centro da cidade e apedrejaram automóveis de sírios que abandonavam a cidade com receio de confrontos. A polícia turca teve de enviar reforços da capital para controlar os manifestantes e a tensão gerada.
A Turquia acolhe mais de 300 mil refugiados sírios. A maioria deles em acampamentos distribuídos pelos 900 quilômetros de fronteira com a Síria. Reyhanli situa-se perto de Cilvegözü, o posto fronteiriço onde em fevereiro a explosão de um carro causou a morte de 14 pessoas.
O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, condenou "com grande firmeza" o duplo atentado na Turquia. Em comunicado, o governante francês manifestou sua "solidariedade com as autoridades e o povo turco".