Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Os professores do ensino público do estado de São Paulo decidiram hoje (3) manter a greve iniciada em 22 de abril. Uma nova assembleia foi marcada para o próximo dia 10.
A manifestação da categoria na Avenida Paulista na tarde desta sexta-feira reuniu entre 6 mil e 7 mil pessoas, informou a Polícia Militar no início da noite. Os organizadores estimaram a presença de 10 mil pessoas. Os professores estaduais pedem reposição salarial de 36,74%. Segundo Maria Izabel Noronha, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, a última reunião com o governo ocorreu há oito dias e nenhum outro encontro foi agendado.
Em nota divulgada nesta noite, a Secretaria Estadual de Educação disse que o registro de faltas de professores hoje chegou a 1,7% do total de docentes em relação à média diária de ausências, de aproximadamente 5%. “A pasta ressalta que os estudantes não devem deixar de ir à escola para que não tenham prejuízo de aprendizado”, diz a nota. Segundo a secretaria, o governo ofereceu 8,1% de acréscimo salarial e a possibilidade de avaliar, no segundo semestre deste ano, um novo aumento. “Os representantes sindicais, contudo, rejeitaram a proposta”, informou. “Os professores da rede estadual paulista, que já ganham 33,3% mais que o piso nacional vigente, passarão a ter, a partir de julho, uma remuneração 44,1% maior que o vencimento mínimo estabelecido em decorrência da Lei Nacional do Piso Salarial Magistério Público”.
A assembleia de hoje prevista para começar às 14h, teve início com três horas de atraso no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Durante a assembleia, os professores estaduais decidiram sair em passeata até a Praça da República, onde professores municipais, que também entraram em greve, protestavam em frente à Secretaria Estadual da Educação.
A categoria passou pela Avenida Paulista e fechou uma das faixas da via, no sentido Paraíso-Consolação. Segundo a Polícia Militar, a manifestação transcorreu de forma tranqüila.
Os professores municipais fizeram manifestação também em frente à prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, no centro da cidade. Eles pedem revisão geral anual da remuneração, alteração da lei salarial, fim das terceirizações e contratos de parcerias.
A prefeitura apresentou propostas que envolvem aumento de 71,4% no padrão inicial de vencimentos do Plano de Cargos, Carreiras e Salários de nível básico, de R$ 440,39 para R$ 755, e reajuste linear de 0,82% retroativo a novembro de 2011.
As manifestações afetaram o trânsito da cidade. No entanto, às 17h42, os congestionamentos, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), atingiam 14% das vias monitoradas, dentro da média para o horário.
Edição: Carolina Pimentel
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