Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Dentro da programação do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, no domingo (24), o Instituto Clemente Ferreira, no centro da capital paulista, ofereceu hoje (22) exames gratuitos para detecção de tuberculose, sífilis e HIV. A iniciativa é uma parceria entre o instituto, que é referência no tratamento de tuberculose e o Centro de Referência e Treinamento em DST/aids. Enquanto esperavam o resultado dos exames, que demora cerca de uma hora, as pessoas tiravam dúvidas sobre as doenças.
Segundo o coordenador da campanha, Adalberto Antunes, o principal objetivo da ação foi educativa. “Divulgar as possibilidades da pessoa ter o diagnóstico precoce e se tratar mais cedo. Um das missões dessa campanha é não só fazer a testagem, mas dar informação para a pessoa sobre como a tuberculose se manifesta”, disse.
Os testes múltiplos foram feitos por causa da relação entre as doenças. Cerca de 12% dos pacientes infectados com HIV também têm tuberculose.“A pessoa infectada com HIV tem a imunidade baixa, então o bacilo de Koch [bactéria causadora da tuberculose] vai infectar facilmente essa pessoa”, declarou. Segundo Antunes, apesar dos casos de tuberculose diminuírem a cada ano, o número de infectados no estado de São Paulo ainda é expressivo. “Em 2012 foram quase 16 mil casos notificados [em SP]. Mas deve ter muito mais gente distribuindo bacilos, sem que a pessoa saiba”.
A diretora do Instituto Clemente Ferreira, Aglae Gambirasio, disse que, sem tratamento, o infectado pode contaminar outras pessoas. “Uma pessoa com bacilo de Koch pode infectar de dez a 15 pessoas durante um ano”, alertou. Mas, se começar a se tratar, em até 20 dias, na maioria dos casos, ele deixará de transmitir a doença. Segundo ela, “a medicação da tuberculose não é vendida. Ela só é fornecida pela rede pública”.
O maior problema para a cura da doença é, segundo Aglae, o abandono do tratamento antes de seis meses. “A pessoa toma os remédios, para de tossir, para de ter febre. Então abandona o tratamento. Só que quando você para com o antibiótico a doença volta de outra forma, resistente àqueles remédios”, alertou.
A corretora de imóveis Luciana disse que estava panfletando perto do instituto quando viu a ação e resolveu fazer exames de sífilis e HIV. “Eu sou casada, sei o que eu faço. Eu só não sei o que o meu marido faz, não estou 24h com ele”, disse. Ela informou que a última vez que fez esse tipo de exame foi quando estava grávida do filho, que hoje tem 3 anos.
Edição: Aécio Amado
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