Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A maioria das pessoas que residem nas áreas de risco de deslizamento ainda não tem a cultura de atender ao soar das sirenes do sistema de alerta para que deixem suas casas, em situação de chuva forte. A avaliação é do tenente-coronel Gil Kemper, diretor de Gerenciamento de Desastres do Centro Estadual de Administração de Desastres (Cestad). O órgão atua no monitoramento das áreas de risco do estado do Rio de Janeiro, e auxilia a Defesa Civil.
"A Defesa Civil municipal alerta os moradores sobre os riscos de chuva forte. Agora, existe uma teimosia da população diante do desastre. O brasileiro não tem essa noção de que a sirene toca e há risco na área. A sirene tocou e os moradores não deixaram suas casas, obrigando os agentes da Defesa Civil a retornarem ao local. Na tentativa de convencimento [das famílias]”, disse.
Kemper informou choveu muito em Petrópolis, nas últimas 96 horas. Somente no bairro Quitandinha, o mais atingido pelo temporal, o índice pluviométrico chegou a 499 milímetros nas últimas 36 horas, o dobro do esperado para o mês inteiro.
O secretário Estadual de Defesa Civil de Petrópolis, coronel Sérgio Simões, confirmou que chega a 24 o número de pessoas mortas. A maioria das vítimas foi soterrada em deslizamentos de terra nos bairros Quitandinha e Independência. As buscas de desaparecidos devem continuar pelos próximos dias. Cerca de 100 bombeiros da capital reforçam as equipes municipais.
O prefeito Rubens Bomtempo pediu 15 dias para apresentar ao Ministério da Integração Nacional um relatório sobre a situação do município e orçar os recursos necessários para reconstrução das áreas destruídas. No município, há 1.463 desalojados ou desabrigados que foram acolhidos em 27 abrigos. As famílias estão sendo alojadas em escolas, igrejas e associações de moradores
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que o tempo melhore amanhã (20), mas ainda pode chover de moderado a fraco em algumas regiões fluminenses.
Edição: Aécio Amado
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