Para Cedeca, depoimento de Carmen Topschall sobre adoção ilegal na Bahia foi inconsistente

21/02/2013 - 21h54

Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara, que investiga o tráfico de pessoas, ouviu hoje (21) Carmen Topschall. Ela e o marido são investigados no caso de adoção ilegal de cinco crianças no município baiano de Monte Santo. A advogada Isabella da Costa Pinto, do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) da Bahia, disse que “foi um depoimento contraditório a tudo o que aconteceu e o que as famílias de Monte Santo declararam”.

O caso ganhou repercussão após denúncia da imprensa de que os pais das crianças não foram consultados sobre o processo de adoção dos filhos. Durante o seu depoimento, na Procuradoria-Geral da Justiça da Bahia, Carmen Topschall negou envolvimento no esquema de adoções irregulares.

Convidada a participar da audiência, a advogada do Cedeca disse que “nada foi esclarecido” e que, apesar da negação, Carmen foi a intermediária no processo de tentativa de adoção. “Ela fez parte da junção de interesses que trabalharam para tirar as crianças do convívio familiar,” disse.

O deputado Nelson Pelegrino (PT-PB), que integra a CPI, disse que as versões precisam ser confrontadas e que as investigações devem prosseguir. “Elas precisam ser checadas e é o que a CPI vai fazer amanhã (22) em Monte Santo”, disse à Agência Brasil.

A CPI ouviu ainda o casal Denílson Costa Pereira Reis e Elizânia dos Santos Evangelista Reis, acusados de fazer parte da quadrilha que mandava jovens baianas para se prostituírem na Espanha.

Os membros da comissão vão ouvir amanhã os depoimentos de Silvânia Mota da Silva e Gerôncio Brito de Souza, pais das crianças, além de mais três mães que tiveram os filhos adotados. Na segunda-feira (18), a Justiça da Bahia determinou que os pais biológicos das crianças sejam indenizados por danos morais pelas famílias que estavam com a guarda dos menores.

 

Edição: Aécio Amado

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