Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo de Santa Catarina, com apoio da prefeitura de Florianópolis, decidiu reforçar a escolta aos ônibus na Grande Florianópolis para que as empresas de transporte coletivo cumpram o horário mínimo, com linhas atendendo a todas as regiões das 6h às 23h. O assunto foi discutido na manhã de hoje (15) em reunião entre o secretário estadual de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, o secretário de Transportes de Florianópolis, Valmir Piacentini, e representantes do sindicato das empresas de transportes urbanos na região.
De acordo com o governo estadual, para preservar a segurança dos motoristas, cobradores e dos passageiros, 80 veículos, sendo 40 cedidos pela prefeitura e 40 pelo estado, serão usados para escoltar os ônibus a partir das 20h. O Comando da Polícia Militar vai deslocar os policiais que trabalhavam na Operação Veraneio para reforçar a ação.
Em nota, divulgada no início da tarde de hoje, o secretário Cobalchini admite que a situação é de “anormalidade”, mas destaca que a segurança dos trabalhadores do transporte coletivo e dos usuários “é prioridade absoluta” do governo. Ele acrescentou que o Departamento de Transportes e Terminais e a Secretaria Municipal de Transportes, junto com as empresas, estão finalizando um planejamento de linhas para que nenhuma região fique sem atendimento entre as 6h e as 23h.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da Grande Florianópolis, Waldir Gomes, disse que as empresas estão preparadas para cumprir a determinação do governo. Segundo ele, a decisão tomada ontem (14), pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Sintraturb), de reduzir o horário especial que já estava sendo adotado pelas empresas de ônibus desde o início dos ataques, de manter a circulação dos ônibus entre as 7h e as 19h, não representa a vontade da maioria da categoria, que reúne cerca de 5 mil profissionais.
“A decisão do governo será acatada, até porque quem sofre mais com essa situação são os motoristas e cobradores, que ouvem diretamente da população as reclamações sobre problemas na utilização do serviço”, disse, acrescentando que nove empresas atendem a região.
Waldir Gomes ressaltou que o reforço na escolta será suficiente para evitar os ataques a coletivos e garantir a segurança dos funcionários e passageiros. Desde 30 de janeiro, quando teve início a onda de violência em Santa Catarina, 37 ônibus foram incendiados na região. Nesse período, foram registrados 100 atos violentos em 30 municípios.
Edição: Carolina Pimentel
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil