Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo brasileiro comemorou o anúncio de apoio do presidente da França, François Hollande, à candidatura da Índia para uma vaga permanente em uma eventual reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Há cerca de oito meses, Hollande também confirmou apoio ao Brasil no órgão, se houver ampliação no número de assentos. O Reino Unido também sinalizou em favor do Brasil.
O porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar da Silva Nunes, disse à Agência Brasil que o apoio de Hollande à Índia foi bem recebido pelas autoridades brasileiras. “É positivo o apoio à Índia, que pertence ao G4 [Brasil, Índia, Japão e Alemanha]”, ressaltou o diplomata referindo-se à aliança existente entre quatro países que pleiteiam vaga permanente no Conselho de Segurança.
“O presidente Hollande, na Rio+20 [Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que houve em junho, no Rio de Janeiro] também confirmou apoio ao Brasil”, lembrou o porta-voz.
Ontem (14), Hollande, em viagem à Índia, anunciou apoio à intenção dos indianos de fazer parte do conselho. Na ocasião, ele disse que indianos e franceses defendem aspectos comuns no cenário internacional, como a busca pela paz, pela democracia e pela liberdade, além de medidas contra o aquecimento global.
O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 países – cinco permanentes e dez rotativos, que se revezam a cada dois anos. O órgão é responsável pela definição de medidas de segurança para as regiões em conflito. Os membros permanentes do órgão são China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos da América.
A defesa por uma reforma do órgão faz parte da política externa brasileira. Nos seus discursos, a presidenta Dilma Rousseff e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, argumentam que o formato atual do conselho não reflete o mundo contemporâneo nem as forças políticas.
A reforma do Conselho de Segurança esbarra, porém, em questões de políticas regionais e, por isso, a dificuldade de negociar um acordo em busca de consenso. Nas Américas, por exemplo, existiria apenas mais uma vaga. A disputa envolve, além do Brasil, a Argentina e o México, que também querem garantir espaço como membro titular do órgão.
Edição: Davi Oliveira
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