Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou hoje (8) que haja constrangimento devido à participação do embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arveláiz, em um ato de protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF) pela condenação dos acusados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. A presença do embaixador no ato gerou reações de parlamentares da oposição no Brasil que querem explicações oficiais sobre a iniciativa. Mas, segundo Patriota, entre “nações amigas, não há constrangimento”.
Patriota passa este sábado (9) em Caracas, capital venezuelana, para uma série de reuniões. O chanceler confirmou que a participação do embaixador no ato de protesto deve ser tema das conversas que terá com as autoridades venezuelanas, entre elas, o ministro das Relações Exteriores, Elias Jaua.
"O assunto poderá ser levantado, na medida em que ele foi objeto de uma manifetação do Congresso brasileiro", disse Patriota. Ao ser perguntado, se havia mal-estar ou constrangimentos entre Venezuela e Brasil, ele respondeu que: "Entre nações amigas não existem constrangimentos".
A participação do embaixador no ato de protesto gerou uma cobrança do PSDB, PPS e Democratas, partidos de oposição. Os líderes querem esclarecimentos. Em nota, Arveláiz disse anteontem (6) que “faz parte das atribuições” do representante estrangeiro em um país “conhecer os acontecimentos políticos” do local onde está. Segundo ele, continuará a participar de atos os quais for convidado. Para o diplomata, a solicitação feita pelos partidos de oposição é “despropositada”.
Na quarta-feira (6), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) requereu à Mesa do Senado o comparecimento do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, para prestar esclarecimentos, no plenário, sobre a presença do embaixador da Venezuela no Brasil em um protesto contra o STF envolvendo o processo do mensalão.
Nos bastidores, Patriota se colocou à disposição do Congresso Nacional para prestar os esclarecimentos necessários. Paralelamente, orientou sua assessoria parlamentar para examinar as dúvidas da oposição para atender ao pedido de informações.
Edição: Carolina Pimentel
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