Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Encontro realizado hoje (24) em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, debateu questionamentos que poderão ser incluídos no estudo de trafegabilidade da BR-101 (Rio-Santos) que a Universidade Federal de Santa Catarina, por meio do Laboratório de Trânsito da Fundação de Ensino e Engenharia (Feesc), está efetuando para a Eletronuclear, estatal que administra as usinas nucleares brasileiras, localizadas na região.
Participaram do encontro representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Polícia Rodoviária Federal (PRF), prefeituras de Angra dos Reis e de Paraty, Defesa Civil e secretarias municipais do Meio Ambiente.
O convênio entre a Eletronuclear e a Feesc foi assinado no final de novembro do ano passado. A expectativa é que o trabalho seja concluído até agosto deste ano. O custo previsto é R$ 1,5 milhão.
O estudo abrange 86 quilômetros da rodovia federal situados entre os dois trevos principais, onde a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto está inserida. A central abriga as duas usinas atualmente em funcionamento (Angra 1 e 2) e a Usina Angra 3, em construção. O primeiro trevo liga os municípios de Angra dos Reis, Lídice e Rio Claro. O segundo faz a integração entre as cidades de Paraty e Cunha.
O coordenador de Responsabilidade Socioambiental da Eletronuclear, Paulo Gonçalves, disse, em entrevista à Agência Brasil, a Rodovia BR-101, para a estatal, representa muito mais que uma rota de fuga da população em situação de emergência.
“A BR-101 é uma estrada estruturante para a região, porque só ela comunica as cidades. Não há outro meio de intercomunicação entre os municípios. É uma autoestrada e, ao mesmo tempo, é uma estrada urbana. Para nós, ela é uma estrada estruturante, porque por ela escoam a educação, a saúde, as atividades econômicas”.
Gonçalves citou, entre as questões apresentadas pelos parceiros interessados em participar do estudo, a verificação da correção das curvas existentes na rodovia e a necessidade de duplicação da pista em determinados trechos, ou simplesmente, aumentar a terceira via em áreas de subida, para facilitar a ultrapassagem dos carros mais lentos.
O estudo vai apontar se existe interferência de encostas e se elas representam ameaça ou não para a rodovia. De acordo com a população que habita áreas às margens da rodovia, será estudada a necessidade de colocação de lombadas eletrônicas. Do mesmo modo, deverá ser indicada a retirada de todos os quebra-molas, que são proibidos em estradas federais, disse o coordenador. “O estudo vai apontar respostas às necessidades que a estrada apresenta ter”.
O trabalho da Feesc será enriquecido com estudos da prefeitura de Angra sobre a quantidade de encostas identificadas na BR-101 e em toda a cidade e da Eletronuclear, elaborado anteriormente para o Plano de Emergência, que identificou a movimentação dos moradores na hora de seu deslocamento. Da mesma forma, será incluído o controle, feito pela Polícia Rodoviária Federal, dos ônibus que vão para as praias durante os feriados e fins de semana. “Eles (Feesc) estão colhendo todas essas informações e vão apontar que tipo de controle tem que ser aumentado ou diminuído”.
Dentro de 90 dias, será entregue à Eletronuclear parte da conclusão do estudo pela Feesc. O planejamento prevê, a partir daí, a entrega de relatórios a cada dois meses. As informações serão repassadas ao Dnit, que irá aferir a aplicabilidade do estudo. Gonçalves não descartou a possibilidade de que novas reuniões sejam efetuadas para solucionar eventuais dúvidas.
Edição: Fábio Massalli
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