Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ator e diretor de cinema Zózimo Bulbul morreu hoje (24), de parada cardíaca. Ele tinha 75 anos e morreu em casa. Segundo a família, o ator sofria de câncer há sete meses e trabalhou até novembro passado. O sepultamento está marcado para amanhã (25), ao meio-dia, no Cemitério de São Francisco Xavier.
Primeiro ator negro a protagonizar uma novela na televisão brasileira – Vidas em Conflito, na extinta TV Excelsior, em 1969 – Zózimo Bulbul também foi modelo e se tornou o primeiro negro a desfilar para uma grife de alta costura. No cinema, estreou em 1962 em um dos episódios do filme Cinco Vezes Favela. Ao longo de 50 anos de carreira, ele atuou em mais de 30 filmes. Dirigiu o curta Alma no Olho (1973) e o documentário de longa-metragem Abolição (1988), ambos com a escravidão como temática.
Em novembro do ano passado, o ator foi homenageado pelos 50 anos de carreira no 6º Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Caribe, evento que foi criado por ele.
O Centro de Articulação de Populações Marginalizadas divulgou nota lamentando a morte do ator e cineasta, um dos contemplados em 2011 na última edição do Prêmio Camélia da Liberdade, concedido pela entidade. De acordo com a nota, Zózimo Bulbul manifestou grande emoção pelo reconhecimento de seu trabalho de luta contra o preconceito.
Em nota, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, diz que, "mais que um ícone do seu tempo, [Zózimo Bulbul] é alguém que rompe paradigmas, faz o novo e por isso se torna conhecido no Brasil e no exterior." A ministra destaca ainda que Zózimo Bulbul teve uma "trajetória fantástica, reconhecida" e "deixa o exemplo de quem sempre quis fazer mais e melhor. E fez."
Edição Beto Coura//Matéria atualizada às 18h11 para inclusão de nota divulgada pela ministra da Cultura, Marta Suplicy
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