Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os estudantes do Distrito Federal que encerraram a participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo (4) consideraram a prova fácil, porém cansativa. A sequência de dois dias dedicados ao exame, a extensão dos textos das perguntas objetivas e o acúmulo de duas provas objetivas com a redação no segundo dia, totalizando até cinco horas e meia de exame, foram as principais críticas dos candidatos ao modelo atual.
“Acho que deveria ter uma semana de intervalo entre uma prova e outra para não cansar tanto. Também achei os textos das questões muito longos e confusos. Parecia que estavam fazendo de propósito para cansar a gente, embora a prova estivesse fácil, em geral”, disse a estudante Letícia Martins, de 17 anos, resumindo as opiniões ouvidas nesta tarde pela Agência Brasil. Estudante de um colégio particular do Distrito Federal, ela quer cursar enfermagem.
Para Karina Amaral, que tem 17 anos e já cursa publicidade, a prova não exigiu muito, porque abrange conhecimentos gerais e é possível conciliar outras atividades com os estudos para o Enem.
Para a maioria dos estudantes ouvidos, a sempre temida matemática só foi vilã para quem não se esforçou ou não tem afinidade com a disciplina. “Saí chutando tudo em matemática, mas acho que quem estudou foi bem”, disse Leonardo Miranda, 17 anos, futuro estudante de educação física.
Assim como Leonardo, outros participantes do Enem que vieram de escolas públicas não acreditam que o desempenho tenha sido prejudicado pela greve ocorrida neste ano no Distrito Federal. “Na minha escola, foram 52 dias sem aula, mas acho que quem quis estudar de verdade, conseguiu, mesmo com a greve”, ressaltou Kojo Yeboah Junior, de 18 anos, que quer cursar engenharia civil.
Um dos assuntos mais comentados na saída da prova foi a redação, que surpreendeu com o tema Movimento Imigratório para o Brasil no Século 21. “Achei que pediriam alguma coisa da Copa do Mundo, Lei de Cotas, mensalão, Rio+20. Este tema, nunca, mas achei tranquilo”, destacou a estudante Lorena Loschi, de 18 anos, aluna de um colégio particular em Brasília que pretende cursar moda. “Quem acompanha noticiário conseguiria escrever tranquilo sobre isso”, completou Kojo.
Enquanto os estudantes saíam da prova cansados, porém tranquilos, Lucas Aguiar estava ainda mais ansioso do que quando começou o exame. O motivo da preocupação não é o futuro profissional – ele pretende fazer direito – e sim o jogo do time do coração, que começaria logo depois. “Nem fiz a prova direito, entreguei correndo no primeiro horário que podia. Sugiro que no ano que vem não tenha Enem em horário de jogo importante”, brincou, saindo em disparada para não perder os primeiros lances da partida.
Edição: Nádia Franco