Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O hasteamento das bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro, às 10h30 de hoje (14), marcou a retomada do conjunto de favelas de Manguinhos, na zona norte do Rio, pelas forças de segurança. A solenidade foi realizada em uma praça na comunidade João Goulart e assistida por dezenas de moradores, com a presença de policiais civis, militares, rodoviários federais (PRF) e dos fuzileiros navais, além de representantes da Defensoria Pública do estado.
O comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel René Alonso, considerou tranquila a ocupação do território. “A incursão ocorreu de forma tranquila, com o apoio da Marinha, da forma que se esperava, sem vítimas. O território está retomado, agora vamos trabalhar. O desafio é vasculhar a região e, para isso, contamos com o apoio da população, por meio de informações”, disse René.
O Bope utilizou 150 homens na operação e permanecerá por cerca de quatro meses em Manguinhos, com cerca de 50 policiais por turno, até ser instalada a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Segundo o oficial, serão necessárias pelo menos quatro bases para atender à região.
A praça onde foi instalado o mastro das bandeiras foi construída pelo comerciante Marcelo de Carvalho, que tem uma padaria em frente. “Isso tudo era um lixão, cheio de ratos. Nós fizemos a praça nesse espaço degradado, aproveitando as sobras das obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]”, contou Marcelo, que estuda ciências sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O defensor público Felipe Almeida explicou que a presença da instituição visa a garantir o respeito aos direitos humanos e que deverá ser instalado um núcleo da defensoria em breve. “Nós viemos para ver se tudo ocorreu dentro do respeito às leis, se houve algum relato de maus-tratos praticados pela polícia, mas os moradores receberam as forças policiais na maior tranquilidade”, disse o defensor.
Além de Manguinhos, também foram ocupadas as comunidades do Jacarezinho, de Mandela e de Varginha. No Jacarezinho foram utilizados efetivos da Polícia Civil, que permanecerão no local, ainda sem data prevista para receber a UPP. Dentro de alguns meses, será inaugurada na área a Cidade da Polícia, reunindo em um só lugar todas as delegacias especializadas.
Edição: Graça Adjuto