Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Quatro horas de espera na fila para dez minutos de visitação. O último dia da exposição de Caravaggio, no Palácio do Planalto, foi marcado por longas filas e muita espera. Durante nove dias, mais de 13 mil pessoas visitaram a mostra.
A exposição contou com seis obras, consideradas de primeira grandeza, do pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio. Das seis telas, duas são expostas, pela primeira vez, fora da Itália: a Medusa Murtola (1597), que teve a autoria reconhecida em 2011, e San Giovanni Batista Che Nutre I`Agnello (1597). As outras telas são Ritratto di Cardinale (1600), San Francesco in Meditazione (1606), San Gennaro Decollato o Sant’ Agapito (1910) e San Girolamo Che Scrive (1606).
A mostra é considerada a maior exposição do artista já realizada na América do Sul.
Por este motivo, o professor de Artes Admardo Dias não se importou com o tempo de espera na fila. “Valeu à pena pela oportunidade de ver quadros inéditos e obras particulares. Só de perto foi possível admirar esse grande representante da técnica claro e escuro. Recomendei a exposição aos meus alunos”, disse.
Mas para a advogada Daniele Mota, a pequena exposição não foi suficiente para apagar a insatisfação pelas longas filas. “É revoltante ficar esperando quatro horas para ver seis telas. Isso não pode ser chamado de exposição”, reclamou. Os grupos de visitação eram formados por 40 pessoas, que podiam permanecer no máximo dez minutos na sala de exposição.
O grande interesse do brasiliense surpreendeu a organizadora da mostra e coordernadora-geral de Relações Públicas do Palácio do Planalto, Antonieta Assis. “A procura foi bem maior do que esperávamos. Nós imaginávamos que haveria uma procura grande pelos visitantes, mas não imaginávamos que o público da cidade era tão admirador de obra de arte”, comentou.
A expectativa da organização é que até o fim do dia, dois mil visitantes tenham conferido as obras de Caravaggio. A exposição termina hoje às 19h. Às 20h, os quadros serão embalados e seguem para exposição na Argentina.
Edição: Fernando Fraga