Flávia Albuquerque
Repórter da Agencia Brasil
São Paulo - O faturamento das micro e pequenas indústrias do estado de São Paulo aumentou 2,6%, de janeiro a junho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento divulgado hoje (10), pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em São Paulo (Sebrae-SP).
No primeiro semestre, os setores de comércio e serviços cresceram 10,3% e 7,2%, respectivamente. E, segundo o levantamento, desde 2008, o setor cresceu 12 vezes, mesmo com a crise econômica internacional.
Ainda assim, os números indicam ritmo de crescimento menor na retomada, principalmente para a indústria. Em 2011, o setor teve alta de 1% ante 2010. Os serviços registraram elevação de 8,3% e o comércio, de 3%. De acordo com o Sebrae, em 2010, 97,2% das empresas eram micro e pequenas. Faziam parte do setor industrial 65,4%, enquanto 33,6% eram da construção civil e 1%, de extração mineral.
Segundo o superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, mais de 80% dos empresários entrevistados acreditam que a economia brasileira e o faturamento das empresas vai permanecer no mesmo patamar ou crescer. “Entretanto, o otimismo é maior com relação a sua empresa e sua capacidade de melhoria do que a do país”.
Caetano ressaltou que, em julho e agosto, a pequena indústria tem registrado taxas de crescimento mais altas do que nos meses anteriores. Em julho deste ano, o aumento ficou em 9,4% na comparação com julho de 2011 e, em agosto, ficou em 15,4% na comparação com agosto do ano passado. “Este dado é significativo e aponta que o segundo semestre pode ser melhor do que o primeiro no que se refere a faturamento”, observou.
Segundo o superintendente do Sebrae-SP, a expectativa existe em função de os empresários estarem se preparando para datas importantes em termos de vendas como o Dia da Criança e o Natal.
Na avaliação de Caetano, o principal desafio dos pequenos e médios empresários industriais é competir com os produtos importados. Esse é o motivo que explica, segundo ele, o fato de essa parcela da indústria não ter se beneficiado do crescimento da economia. “A indústria conseguiu se recuperar e voltar aos níveis anteriores à crise, mas há um descolamento com relação às micro e pequenas empresas. A concorrência com importados tem comprimido o crescimento. Há outros fatores que interferem, mas esse é determinante”.
Edição: Lana Cristina