Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A passagem pelo Brasil da ilustradora botânica inglesa Margaret Mee, que viveu no país durante 36 anos, está retratada em um dos documentários da mostra competitiva da Premiére Brasil do Festival do Rio 2012. Margaret Mee e a Flor da Lua, dirigido por Malu de Martino, tem sua première neste domingo (7), às 17h, no Cine Odeon Petrobras, e será exibido em mais seis sessões, entre os dias 8 e 11, em outras salas da cidade.
Referência mundial na arte da ilustração, Margaret Mee participou de 15 expedições à Floresta Amazônica e deixou um importante e valioso legado iconográfico, até hoje fonte preciosa de pesquisa para a ciência botânica. A artista morreu em 1988, aos 79 anos, em Londres, vítima de um acidente de carro.
Naquele mesmo ano, em mais uma vinda ao Brasil, ela tinha conseguido retratar a Flor da Lua, que tem o nome científico de Strophocactus wittii. Desde 1967, Margaret Mee sonhava em ilustrar a flor, espécie rara que nasce na parte mais alta das árvores e vive apenas uma noite.
Para a diretora Malu de Martino, a artista não foi apenas uma das maiores ilustradoras botânicas do mundo, “mas a última representante dos grandes expedicionários, que começou a chamar a atenção, ainda em 1956, para a preservação da Amazônia brasileira”.
Filmado em 2010 e 2011 em locações na Amazônia, em Londres, no Rio de Janeiro e em São Paulo, Margaret Mee e a Flor da Lua traz depoimentos de importantes cientistas e pesquisadores ingleses e brasileiros, entre eles Maria das Graças Wanderley e Oswaldo Fidalgo, do Instituto de Botânica de São Paulo. A instituição guarda um importante conjunto da obra de Mee, formado por 86 aquarelas, das quais 56 retratam espécies de bromélias brasileiras.
O filme é o primeiro documentário da cineasta Malu de Martino e a quinta obra de sua filmografia, que inclui o longa-metragem de ficção Mulheres do Brasil, de 2006, baseada em cinco histórias de escritoras brasileiras.
Edição: Aécio Amado