Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com o objetivo de garantir o abastecimento de milho nas regiões Nordeste e Sul até o fim do ano, o governo vai lançar contratos de opção de venda para adquirir 150 mil toneladas do cereal. A medida foi anunciada esta noite (2) pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, que foi até o Ministério da Fazenda tratar do assunto com o ministro Guido Mantega.
Com a medida, o governo deve gastar R$ 98 milhões na compra de milho. O preço pago pelo cereal deve ficar acima do valor de mercado porque quem adquirir as opções de venda terá que entregá-lo em armazéns definidos pelo governo nas duas regiões que sofreram com a seca prolongada este ano. Os criadores de aves e suínos dessas áreas enfrentam a escassez da principal matéria-prima da alimentação de seus animais.
No destino, o milho tem sido vendido na modalidade venda em balcão, que beneficia pequenos criadores com preços subsidiados. O governo espera recuperar, na venda, cerca de R$ 40 milhões. Metade do produto, ou 75 mil toneladas, deve ser transportada do Paraná aos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O restante, de Mato Grosso aos estados do Nordeste do país.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, explicou que a compra é necessária para complementar o abastecimento. “Os estoques do governo estão diminuindo e temos compromissos já assumidos [com leilões para atender aos criadores do Sul e Nordeste]. Com a regularização do frete, precisamos adquirir mais milho”, disse.
O problema com o frete nos últimos meses se agravou pela greve de caminhoneiros e a concorrência com as tradings, que exportaram grandes volumes do cereal. O aumento da exportação foi consequência da disparada dos preços do milho causada pela quebra da safra norte-americana do cereal, então a maior do mundo. O serviço de frete vem se normalizando há dias semanas.
Edição: Fábio Massalli