Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O julgamento da Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão, foi interrompido hoje (29) por uma manifestação que causou surpresa entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o voto de Gilmar Mendes, quatro pessoas levantaram das cadeiras destinadas a visitantes empunhando faixas com referências à Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Vestidos com traje social exigido pelo plenário, três mulheres e um homem sacaram as faixas debaixo dos paletós e terninhos. Eles cobraram a definição sobre a situação da usina, que enfrenta vários processos judiciais. “Belo Monte: É hora de julgar o mérito dessa questão”, era a frase nas faixas.
O incidente chamou a atenção dos ministros, mas não foi suficiente para interromper o voto de Mendes. Os seguranças agiram rapidamente rasgando as faixas e retirando os manifestantes do plenário. Do lado de fora, visivelmente nervosos, não quiseram gravar entrevista formalmente. Eles disseram apenas que pertencem ao movimento apartidário Ocupa Sampa. Os manifestantes acreditam que não fizeram nada ilegal porque o plenário do STF é público.
Na última segunda-feira (27), o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, deu liminar mandando retomar as obras de Belo Monte, que haviam sido paralisadas por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Os manifestantes acreditam que o ministro agiu “pressionado”, mas, perguntados sobre qual posição defendem, disseram que os especialistas podem opinar melhor sobre o assunto.
De acordo com os seguranças do STF, o grupo entrou após o intervalo da sessão de hoje, quando o plenário ficou mais vazio. Os seguranças informaram que eles estavam tentando entrar desde o início da sessão e que não foi possível ver as faixas escondidas sob as roupas.
Edição: Lana Cristina