Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) divulgou nota criticando projeto do governo estadual em que médicos das unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) vão ter a ajuda a distância de plantonistas do Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no atendimento pediátrico, por meio de teleconferências.
A iniciativa será implantada nas UPAs administradas pelo governo fluminense.
Na nota, o conselho afirma que a medida incorrerá em risco à saúde e pretende substituir profissionais especializados. “A secretaria afirma que há dificuldade em preencher as vagas de pediatria, mas não faltam pediatras, em especial na Região Sudeste. O que faltam são condições adequadas de trabalho”, defende, na nota, a presidenta do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo.
A entidade critica ainda a falta de profissionais de outras especialidades na rede pública.“Não faltam só pediatras, mas médicos de todas as especialidades. As fiscalizações do Cremerj no último ano apontaram que 74% das unidades públicas estão com as equipes reduzidas.”
Em relação às críticas do Cremerj, a Secretaria Estadual de Saúde argumentou, em nota, que o objetivo do projeto é "aprimorar o atendimento" e permitir aos médicos socorristas "uma segunda opinião em casos de maior complexidade."
"Em nenhum dos casos pretende-se substituir a tecnologia pelos médicos. Ao contrário, a secretaria irá treiná-los no intuito de aprenderem a usar, em suas unidades, a ferramenta para ajudar a agilizar cada vez mais o diagnóstico dos pacientes", diz nota, da secretaria.
O governo estadual usará a telemedicina também no atendimento a pacientes com problemas cardíacos e neurológicos, com foco nos acidentes vasculares cerebrais.
Edição: Carolina Pimentel