Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A velocidade da internet no Brasil começará a ser medida em novembro, e os primeiros resultados poderão ser conhecidos em dezembro. Os usuários de internet fixa que quiserem participar da medição poderão se inscrever a partir de hoje (29) por meio do site www.brasilbandalarga.com.br. Serão selecionados 12 mil voluntários de todo o país.
A medição será feita por uma entidade aferidora selecionada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os voluntários escolhidos, por meio de sorteio, vão receber uma espécie de modem, chamado de whitebox, que enviará os dados da conexão para a entidade aferidora. Segundo a Anatel, o equipamento não interfere na conexão nem coleta dados de navegação do usuário.
A medição atende a uma determinação do regulamento de qualidade para o serviço de comunicação multimídia, aprovado pela Anatel no ano passado. Segundo as regras, que valem a partir de outubro, as operadoras com mais de 50 mil usuários deverão entregar, em média, por mês, uma velocidade mínima de conexão de 60% da velocidade anunciada. Esses percentuais deverão aumentar a cada ano, até chegar, em 2014, à média mensal de 80% da velocidade contratada. Atualmente, a velocidade média entregue aos usuários fica em torno de 10% da contratada pelos consumidores. Para a velocidade instantânea, os índices começam em 20%, depois passa para 30% e 40%.
Os dados coletados pela Entidade Aferidora de Qualidade (EAQ) serão divulgados mensalmente pela Anatel, e servirão para que a agência avalie se as empresas estão cumprindo as metas de qualidade estabelecidas. Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a medição vai melhorar a concorrência no setor, fazendo com que os usuários procurem as empresas com melhores resultados.
“A primeira sanção [para as empresas que não atingirem as metas] é que elas vão passar vexame, porque os resultados serão divulgados mensalmente, então vai aparecer que tal empresa oferece velocidades que não são condizentes”, disse o ministro. No caso de descumprimento das metas, a Anatel também poderá estabelecer prazos para que o problema seja resolvido, aplicar multas ou até determinar a proibição de vendas.
O superintendente de serviços privados da Anatel, Bruno Ramos, explicou que atualmente os dados com os quais a agência trabalha são enviados pelas próprias empresas, e a nova metodologia é mais transparente e vai permitir que a agência tenha uma visão mais acurada da prestação de serviços. Segundo ele, o modelo vai ser expandido para todos os tipos de conexão.
Na primeira quinzena de setembro, a Anatel vai fechar os detalhes sobre como será feita a medição para a internet móvel, que também deve começar em outubro. “Estamos discutindo como será feita a parte da mobilidade e do deslocamento das pessoas, para medir a qualidade também da internet móvel”, explicou Ramos.
Edição: Aécio Amado