Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Após um dia inteiro de negociação, a General Motors (GM) e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos chegaram um acordo para evitar demissões nas fábricas do município que fica no interior paulista. Participaram da reunião ontem (4) representantes do governo federal, estadual e municipal.
A proposta prevê a manutenção da montagem do Classic nas unidades da GM na cidade, ocupando 900 operários, e o afastamento de 940 trabalhadores, que continuarão a receber salários até 30 de novembro, mas passarão a fazer cursos de qualificação. Será aberto ainda um programa de demissão voluntária para tentar diminuir o excedente de mão de obra nas fábricas, desde que o complexo de São José deixou de fabricar três modelos de carro.
Durante os próximos 60 dias, sindicato e empresa continuarão discutindo novos investimentos na região como maneira de garantir o emprego dos trabalhadores da montadora. As propostas ainda precisam ser aprovadas em assembleia convocada pelo sindicato para a próxima terça-feira (7).
Desde o começo do ano, a GM já promoveu dois programas de demissões voluntárias nas unidades de São José dos Campos. A empresa diz que está transferindo suas atividades para outros municípios, entre eles, São Caetano do Sul (SP). Apesar de a empresa alegar que mantém saldo positivo de geração de empregos, o sindicato diz, com base em estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que a GM tem saldo negativo de 1.189 postos de trabalho nos últimos 12 meses.
Na última sexta-feira (3), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (3) que não vai tolerar demissões em setores que foram beneficiados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Este ano, o governo reduziu IPI para veículos e a linha branca (fogões, geladeiras, tanquinhos e máquinas de lavar).
Edição: Talita Cavalcante