Conselho de Administração do Parlatino recomenda suspensão temporária do Paraguai

05/08/2012 - 14h50

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Conselho de Administração do Parlamento Latino-Americano (Parlatino) recomendou à Assembleia Geral do órgão a suspensão temporária do Paraguai. A votação da proposta deve ocorrer em setembro, quando haverá uma reunião da Assembleia Geral. A medida foi sugerida porque há dúvidas sobre o processo que levou ao impeachment do então presidente Fernando Lugo, em junho. Para alguns líderes latino-americanos, houve uma transgressão à ordem democrática.

Criado em 1964, o Parlatino é uma organização regional, permanente e unicameral, integrada pelo Parlamento de nações da América Latina. Há representantes dos seguintes países: Antilhas Holandesas, Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Haiti (que é país convidado), México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela.

A sessão do Conselho de Administração do Parlatino contou com a presença de parlamentares de 16 países latino-americanos, incluindo representantes do Paraguai. A defesa do país foi liderada pelo deputado Justo Cárdenas, do Partido Colorado. As autoridades paraguaias alegam que o processo de impeachment de Lugo obedeceu à Constituição e também aos princípios democráticos.

Com a recomendação do Parlatino, aumenta o isolamento do Paraguai no cenário regional. O Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovaram a suspensão temporária do Paraguai até as eleições de abril de 2013.

No próximo dia 22, a Organização dos Estados Americanos (OEA) deve analisar a situação política no Paraguai. O governo do presidente paraguaio, Federico Franco, trabalha para evitar que a organização também aprove resolução recomendando a suspensão do país da entidade.

O processo de impeachment de Lugo, em 22 de junho, levou à sua destituição do poder e à nomeação do novo governo liderado por Franco, que era vice-presidente. Para as autoridades latino-americanas, não houve tempo de defesa para Lugo. As autoridades paraguaias rebatem a afirmação, alegando que todas as etapas foram seguidas.


*Com informações da agência pública de notícias de Cuba, Prensa Latina // Edição: Juliana Andrade