Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os micro e pequenos empreendedores do setor alimentício de Brasília tiveram hoje (4) nova oportunidade de encontrar grandes compradores e instrutores reunidos para cursos técnicos no 12º Salão da Alimentação do Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena e Micro Empresa (Sebrae), a Alimenta.
A feira de negócios está montada desde quarta-feira (1º) e teve cerca de 3,5 mil visitantes até hoje. A maioria deles são microempresários que trabalham com lanchonetes, bares e restaurantes da cidade em busca de novos produtos e serviços e da oportunidade de encontrarem grandes empresários para fecharem negócios de fornecimento. Ao todo, além dos stands com ofertas de produtos, houve 43 eventos como oficinas, palestras, rodadas e encontros que resultaram no fechamento de negócios no valor de mais de R$ 8 milhões.
A empresária Milene Junqueira acompanhou a Alimenta todos os dias e participou de vários dos eventos oferecidos. “Eu tenho um empório e estou querendo aperfeiçoar a loja, oferecer novos produtos. Antes os clientes iam lá para comprar e levar para casa. Agora estou querendo montar um espaço para que eles possam consumir dentro da loja. Trouxe até a minha cozinheira para fazer cursos”, conta a empresária. Segundo ela, a feira serviu para tirar dúvidas e encontrar fornecedores.
Apesar disso, há reclamações de que o evento poderia ter sido maior e abarcado mais empresários. Essa é a opinião de Ludmila de Faro, dona de uma lanchonete que pretende migrar para o ramo de pizzas. “Teria demanda para uma feira maior. Os cursos foram todos lotados, tinha muitos estudantes além dos empresários. Brasília é uma cidade em que o lazer está muito ligado a bares e restaurantes”.
Para o instrutor de um dos cursos oferecidos hoje, Reismar Rosa, a cidade carece desse tipo de evento para treinamento de mão de obra. Na opinião dele, há pouco interesse das pessoas que trabalham no ramo alimentício em se especializar e pouca oferta de cursos. “Hoje em dia temos um problema grave de mão de obra. As pessoas não querem estudar. Falta treinamento e falta ás pessoas quererem fazer o curso”.
Para a gerente da unidade de acesso ao mercado do Sebrae, Adriana Susarte, que coordenou a feira, ela facilita o encontro de quem demanda e de quem oferta serviços e produtos. “No Sebrae a gente tem alguns produtos para aproximar os pequenos dos grandes compradores, mas a feira é uma oportunidade melhor. Porque aqui a gente reúne os produtos e os serviços”.
A coordenadora da feira também lembrou do foco nos empreendedores individuais. Segundo ela, no evento eles tiveram oportunidades de se informar sobre a formalização dos seus serviços, como emitir notas fiscais, atender às exigências sanitárias, entre outras exigências formais. Na opinião de Adriana, esses detalhes é que transformam as pessoas que fazem serviços informais para ganhar dinheiro. “Às vezes a pessoa faz aquilo mas não encara como um negócio. E nós queremos mostrar que pode ser um negócio sim, e lucrativo. A venda de pizzas, biscoitos, salgados, podem ser um negócio sim”.
Edição: Rivadavia Severo