Luciene Cruz e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou hoje (31) que o país tenha sido oportunista ao ter a entrada no Mercosul aprovada justamente quando o Paraguai, que era contra a adesão, está suspenso.
“Não foi oportunismo. Estamos apenas cumprindo o nosso papel, é parte da dinâmica política fazer o que está fazendo. Estamos no Mercosul porque a Venezuela tinha que estar no Mercosul. Porque apenas a extrema direita do Paraguai, que de maneira irracional, ia contra todo o interesse do Brasil, da Argentina, Venezuela e do Uruguai”.
Chávez usou o exemplo de uma partida de futebol para justificar o momento do ingresso da Venezuela ao bloco. “Se fosse uma partida de futebol e tivessem suspendido o rei Pelé, que por uma falta ganhou um cartão vermelho, e (com isso) não fez os gols necessários para ganhar a partida. E logo alguém dissesse, nos fraudaram porque o Pelé não jogou. Pelé não jogou porque estava suspenso. O Paraguai está suspenso e não é parte do Mercosul no momento”.
O Paraguai foi suspenso do bloco no final de junho, depois do processo de impeachment sumário do presidente Fernando Lugo. Após a suspensão, a Venezuela teve o ingresso aprovado no Mercosul como membro pleno. A entrada simbólica ocorreu hoje (31), durante a cúpula extraordinária de líderes dos países que formam o bloco. A entrada oficial ocorrerá no dia 12 de agosto.
Ontem (30), após jantar com a presidenta Dilma Rousseff, Chávez disse que a entrada da Venezuela no Mercosul fortalece “o caráter democrático” do bloco, assim como a atitude do grupo de suspender o Paraguai. “Quando a democracia retornar ao Paraguai, seremos os primeiros a levantar as mãos para apoiar e aprovar o reingresso do Paraguai ao bloco”.
Edição: Rivadavia Severo
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