Da Agência Brasil
Brasília - O suspeito de ter espancado e estuprado a nigeriana Nkiruka Paciota Ownegbuna, de 32 anos, na residência oficial do embaixador da Nigéria no Brasil prestou depoimento hoje (17) na 10ª Delegacia de Policia do Lago Sul (10ª DP), em Brasília, e negou as acusações.
O nigeriano Ikechi Marcus Abiazie, 41 anos, chegou à delegacia acompanhado de um advogado da embaixada por volta das 15h30. O depoimento durou cerca de duas horas. O suspeito, que é pastor e mordomo da embaixada oficial da Nigéria, não quis se pronunciar sobre o caso.
O delegado Wisllei Salomão, da 10ª DP, afirmou que, no depoimento, o acusado disse ter conhecido a nigeriana em uma festa de réveillon da embaixada e, sabendo de suas dificuldades, permitiu que ela passasse alguns dias na residência oficial do embaixador.
Sobre a acusação de estupro, o suspeito negou qualquer tipo de relacionamento amoroso ou sexual com Nkiruka. Já sobre a agressão, o nigeriano alegou que, na quinta-feira (12), a suposta vítima chegou à residência com um dos olhos machucados. Ela teria dito que a filha de 6 anos a teria ferido acidentalmente.
No depoimento, Abiazie disse ainda que no sábado pediu que a nigeriana deixasse a casa. Segundo ele, o embaixador não queria que uma pessoa fora do quadro de funcionários da embaixada permanecesse na residência oficial.
O delegado Salomão disse que o suspeito, que não tem imunidade diplomática, irá responder à acusação segundo as leis brasileiras. “Nesse caso ele é alcançado pelas leis brasileiras, então responde como se fosse brasileiro”.
Wisllei Salomão disse que a embaixada da Nigéria se prontificou a colaborar com as investigações e que o Itamaraty está acompanhando o caso. “Se comprovado o delito, pode haver interferência do Itamaraty. Inclusive, há interesse da apuração real do que aconteceu”.
O delegado espera ouvir nos próximos dias outros funcionários da residência oficial. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) será divulgado amanhã (18). Se comprovado o crime, o suspeito pode ser penalizado de um a seis anos de prisão pelo estupro e de três meses a um ano pela agressão.
A nigeriana morava de favor na casa do embaixador da Nigéria no Brasil, Goodluck Ebele Jonathan. No último sábado (14), ela prestou queixa na delegacia alegando ter sido espancada e violentada pelo pastor em duas ocasiões em junho desse ano.
Edição: Fábio Massalli