Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Grupo de Trabalho Araguaia (GTA) reiniciou hoje (9) as buscas por restos mortais de desaparecidos da Guerrilha do Araguaia, em Xambioá (TO) e em São Geraldo do Araguaia (PA). A expedição segue até o dia 17 de julho. As atividades serão acompanhadas por uma equipe técnica pericial, além de parentes dos mortos e desaparecidos da guerrilha e representantes do Ministério Público Federal (MPF).
Na última expedição, que ocorreu entre os dias 10 e 20 de junho, o GTA fez a exumação de dois restos mortais localizados na divisa dos estados do Tocantins e Pará. Desde a década de 1990, vêm sendo feitas exumações, tendo sido encontrados 19 restos mortais. Os restos mortais passam por exames antropométricos e por extração de DNA. Após a perícia, eles serão armazenados no Hospital Universitário de Brasília.
No início de 2012, peritos do GTA estiveram nos Estados Unidos para identificar novas técnicas de extração de DNA de material genético degradado, aperfeiçoando, assim, os trabalhos da equipe.
O GTA, reformulado em maio de 2011, é coordenado pelos ministérios da Defesa, da Justiça e pela Secretaria de Direitos Humanos. As pessoas que tiverem informações que sobre o local onde teriam sido enterrados os guerrilheiros devem ligar para o Disque Direitos Humanos (Disque 100). As ligações são gratuitas e não há necessidade de identificação.
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento que surgiu na década de 1970 em oposição à ditadura militar. Até hoje, dezenas de militantes da guerrilha estão desaparecidos. Em 2009, a juíza da 1ª Vara Federal do Distrito Federal Solange Salgado determinou que o governo federal reiniciasse as buscas na região.
Edição: Rivadavia Severo