Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A organização de uma homenagem ao ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990) no próximo dia 10 gerou protestos no Chile e reações de movimentos sociais e de defesa dos direitos humanos, assim como protestos no Parlamento. A organização não governamental (ONG) Corporação para a Defesa dos Direitos do Povo fez uma manifestação em frente ao Teatro Caupolicán de Santiago, capital chilena, onde o evento deve ocorrer.
O governo do general Pinochet foi considerados um dos mais duros na América Latina. Por 23 anos, o Chile ficou sob uma ditadura. Os casos de mortos e desaparecidos políticos são temas presentes na política nacional. A ex-presidenta chilena Michelle Bachelet, que antecedeu o atual presidente Sebastián Piñera, perdeu o pai que foi assassinado durante a ditadura Pinochet.
A estimativa de organizações chilenas é que 5 mil pessoas morreram durante o governo Pinochet e cerca de 50 mil foram presas, torturadas e perseguidas por suas convicções políticas. No país, há um museu em homenagem às vítimas da ditadura, na região central de Santiago.
Porém, os simpatizantes do ex-presidente, que morreu em dezembro de 2006, liderados por seu ex-colaborador Alvaro Corbalan, que atuou no comando de operações da Agência Nacional de Inteligência, anunciaram, na semana passada, a homenagem pública a Pinochet. Corbalan cumpre pena de prisão perpétua por violações aos direitos humanos e crimes contra a humanidade.
A iniciativa dos simpatizantes de Pinochet levou a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, partidos de oposição e até integrantes do atual governo a protestar contra a possibilidade de homenagem. Os deputados Fidel Espinoza (do Partido Socialista), William Teillier (Partido Comunista) e Carolina Toha (Partido para a Democracia) criticaram a iniciativa.
*Com informações da emissora pública de televisão do Chile, TVN e da agência estatal de notícias de Cuba, Prensa Latina//Edição: Graça Adjuto