Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define hoje (30) a taxa básica de juros, a Selic, com algumas novidades na reunião em relação às anteriores. Se a taxa Selic chegar ao menor nível histórico – 8,5% ao ano –, como preveem analistas do mercado financeiro, a alteração terá um impacto direto para os quase 100 milhões de pessoas que têm poupança. Atualmente, a Selic está em 9% ao ano. O menor nível registrado até hoje foi 8,75% ao ano, entre 23 julho de 2009 e 28 abril de 2010.
A Medida Provisória 567, válida desde o dia 4 deste mês, estabeleceu que, sempre que a Selic estiver menor ou igual a 8,5% ao ano, a forma de remuneração muda. Nesse caso, os depósitos serão corrigidos por 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR), calculada todos os dias pelo Banco Central (BC). Atualmente, a regra é a TR mais 0,5% ao mês.
Caso a Selic realmente passe a ser 8,5%, os depositantes vão passar a receber 5,95% ao ano de remuneração. Pela regra antiga, a remuneração anual é 6,17%. Ou seja, os depósitos feitos até hoje vão ter remuneração maior do que as novas aplicações. Assim, os depósitos feitos a partir de amanhã serão remunerados de acordo com as novas regras.
Outra novidade para a reunião de hoje é a divulgação do voto dos diretores. Por exemplo, se um diretor optar por um corte de 0,5 ponto percentual e os demais por 0,75 ponto percentual, essas informações estarão no comunicado do resultado da reunião, com o nome e as escolhas de cada um. Até hoje, o BC informava apenas o placar da votação. A novidade está em conformidade com a Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor este mês.
A segunda parte da reunião do Copom será realizada hoje à tarde e o anúncio da nova taxa Selic será feito à noite, após o fechamento do mercado.
Edição: Juliana Andrade