Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Seis integrantes de torcidas organizadas foram presos hoje (4), em São Paulo, suspeitos de participarem no confronto envolvendo a Gaviões da Fiel (torcida organizada do Corinthians) e a Mancha Alviverde (do Palmeiras) ocorrido no dia 25 de março.
Quatro deles estão presos temporariamente para investigação pelo prazo de 30 dias. Dois integrantes da torcida Gaviões da Fiel foram detidos em flagrante, mas segundo a delegada Margarette Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), a polícia ainda aguarda manifestação da Justiça sobre o pedido de prisão temporária dos dois suspeitos.
Entre os quatro que tiveram a prisão temporária decretada, um era integrante da Gaviões da Fiel. Os outros três, da Mancha Alviverde, são suspeitos de terem participado da morte de Douglas Silva, integrante da Gaviões da Fiel e que foi morto ano passado após conflito entre as duas torcidas. Segundo a delegada, a polícia ainda busca quatro torcedores foragidos do Corinthians, suspeitos de terem participado do último confronto envolvendo as duas torcidas.
Com estas prisões, chega a onze o número de detidos pela polícia após o confronto do dia 25 de março entre as duas torcidas organizadas, que provocou a morte de dois torcedores do Palmeiras.
“O recado que queremos dar à sociedade é que a polícia está empenhada em identificar os maus torcedores e tirá-los do espetáculo futebolístico, além de tirá-los do seio social”, disse a delegada, em coletiva realizada na tarde de hoje (4), em São Paulo.
A polícia não revelou o nome dos torcedores detidos, mas a delegada disse já saber “os nomes das pessoas que planejaram o confronto e também o nome de quem seria o autor do disparo (que matou um dos torcedores palmeirenses)”.
Segundo a delegada, há participação de líderes das torcidas organizadas nos confrontos. “Houve crítica de que só prendemos palmeirenses (no dia 27 de março), que seriam as supostas vítimas. Mas hoje (4) mesmo, um dos palmeirenses, que é vice-presidente da Mancha Alviverde e irmão de uma das vítimas (do confronto de março), foi preso em flagrante portando arma de fogo e munições de diversos calibres, o que demonstra que, em ambas as torcidas, há pessoas com conduta não aprovável pelos bons cidadãos”, disse ela.
Além de armas de fogo, a polícia também apreendeu onze barras de ferro, onze cabos de machado molhados em óleo diesel para ficarem mais pesados e 68 cabos de enxada. Segundo Euclides Batista de Souza, delegado divisionário da Divisão de Proteção à Pessoa, os suspeitos são investigados pelos crimes de homicídio doloso, tentativa de homicídio, formação de bando ou quadrilha e lesão corporal.
No dia 30 de março, a Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou uma recomendação feita pelo Ministério Público Estadual e suspendeu a oferta e a venda de ingressos de jogos de futebol nas sedes de todas as torcidas organizadas de São Paulo. O promotor de Justiça Roberto Senise Lisboa recomendou que a suspensão da oferta e venda de ingressos para as torcidas organizadas seja mantida até que todos os detalhes do conflito envolvendo a Mancha Alviverde e a Gaviões da Fiel sejam apurados.
Edição: Fábio Massalli