Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A abertura de inquérito e a quebra de sigilo bancário de Demóstenes Torres (DEM-GO) já eram procedimentos esperados pelos colegas do senador goiano no Senado. Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a decisão do Supremo Tribunal Federal é consequência dos indícios apresentados pela Procuradoria-Geral da República.
“Pedir a quebra de sigilo é uma consequência já esperada. O fato de a Procuradoria-Geral pedir a abertura de inquérito e de o Supremo aceitar o pedido é sinal de que há indícios fortes [contra o senador]. Afinal, não é algo rotineiro uma investigação de membros do Congresso Nacional”, afirmou Rodrigues à Agência Brasil.
Para ele, a situação política do senador está se deteriorando. Randolfe não acredita que o esvaziamento do Congresso na próxima semana, em decorrência dos feriados da Semana Santa, beneficie Demóstenes Torres. “Complicado já estava, a situação está agora se tornando insustentável. Há muito fogo para ser apagado para que esse caso esfrie”, analisou.
Demóstenes irá responder a inquérito em razão de suas relações com o empresário que controla jogos ilegais em Goiás, Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.
O presidente do partido de Demóstenes, senador Agripino Maia (DEM-RN), também viu como natural a autorização para quebra de sigilo bancário do senador goiano. Segundo ele, “quebrar sigilo fiscal, bancário e telefônico é o curso normal do processo”.
Agripino também disse que é cedo para definir se o procedimento do STF pode complicar a situação de Demóstenes dentro do partido. Segundo ele, ainda não se sabe o que será descoberto nos dados bancários do ex-líder do DEM no Senado. “O partido tem que acompanhar os fatos, não tem que achar bom nem ruim”, declarou Agripino.
Esta semana, no entanto, o presidente do DEM declarou que o partido já foi severo quando se deparou com uma situação de corrupção de um de seus integrantes e não hesitará em agir da mesma forma novamente. O caso anterior foi o do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, expulso do DEM quando não conseguiu se defender das acusações de corrupção.
Edição: José Romildo