Cerco a suspeito de ataques em Toulouse entra no segundo dia e policiais não sabem se ele está vivo

22/03/2012 - 7h30

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os policiais franceses que cercam o prédio no qual está Mohamed Merah, de 24 anos, principal suspeito de matar quatro pessoas em uma escola judaica, em Toulouse, na França, perderam o contato com ele. O cerco policial ao edifício entrou hoje no segundo dia. O ministro do Interior, Claude Guéant, disse "estranhar" que o suspeito não tenha se manifestado, mesmo depois de a polícia detonar explosivos nas janelas do apartamento.

Nascido em Toulouse, de origem argelina, Merah disse pertencer à rede terrorista Al Qaeda. Durante a madrugada, os policiais se aproximaram do apartamento dele e provocaram explosões em intervalos regulares, na tentativa de intimidá-lo e convencê-lo a se render. Guéant levantou a hipótese de Merah não estar mais vivo.

Segundo o ministro, o objetivo da polícia é prender Merah vivo. Ontem, o jovem disse que pretendia "morrer com armas em punho". O clima é de expectativa de uma invasão policial a qualquer momento.

O suspeito era observado há dois anos pelos serviços antiterrorismo da França, depois ter viajado para o Paquistão e o Afeganistão. Também tem 15 passagens pela polícia por pequenos delitos como roubos e agressões.

Desde ontem, parentes das vítimas e a imprensa francesa se perguntam por que a polícia não tomou providências devido às ameaças que Merah representava. As autoridades francesas dizem que ele está armado com uma metralhadora Kalashnikov, uma pistola mini-Uzi 9 milímetros, além de revólveres e granadas.

Em pronunciamento ontem (21), antes de se reunir com líderes judaicos e muçulmanos em Paris, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que os atentados não devem servir de desculpas para atos de vingança ou preconceito. Segundo ele, os atos de terror não conseguirão dividir a França, que abriga as maiores comunidades judaica e muçulmana da Europa.

"O terrorismo não conseguirá fraturar nossa comunidade nacional", disse Sarkozy, que está em campanha eleitoral pela reeleição.  "Eu digo a toda a nação que precisamos ficar unidos", acrescentou.

*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI, e da BBC Brasil//Edição: Graça Adjuto