Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As centrais sindicais vão entregar amanhã (21) ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, propostas de defesa do setor produtivo e de incentivo ao consumo. Entre as sugestões está a desoneração dos abonos e da Participação de Lucros e Resultados (PLR), hoje tributado pelo Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
“[Em São Paulo], só nas categorias dos bancários, metalúrgicos, químicos e petroleiros, é R$ 1,6 bilhão [que deixariam de ser recolhidos pelo IRPF caso não houvesse tributação sobre os PLR] . É bastante recurso que você injeta de uma vez na economia. No país, é muito mais. Quando você desonera o salário, o dinheiro imediatamente vai para economia”, destacou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.
Bancários, químicos, metalúrgicos e petroleiros anunciaram hoje (20) uma série de manifestações para chamar a atenção e pressionar parlamentares e governo a isentar os trabalhadores do pagamento do Imposto de Renda na Participação nos Lucros e Resultados. As mobilizações começam amanhã 21, às 7h, com uma passeata de metalúrgicos na Via Anchieta. De acordo com o sindicato, devem participar cerca de 20 mil trabalhadores. À tarde, em Brasília, representantes das centrais sindicais vão se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“[Com a desoneração], os trabalhadores vão ficar com mais renda líquida no bolso. Mais dinheiro no bolso, e vai consumir. A nossa categoria vai trocar televisão, vai trocar o carro, trocar geladeira. Você vai fazer com que a economia aumente a demanda, portanto, aumente o emprego”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários, Osasco e Região, Juvandia Moreira. Na próxima quinta-feira (22), os bancários vão atrasar a abertura das agências bancárias da região da Avenida Paulista. A paralisação terá inicio às 7 horas.
A isenção de imposto de renda na PLR está prevista em duas emendas de autoria dos deputados federais Vicentinho (PT-SP) e Paulo Pereira (PDT-SP) à Medida Provisória (MP) 556. De acordo com o sindicato, a MP pode ser votada a partir de 25 de março. “Se for aprovado no Congresso, só vale a partir do exercício seguinte. Agora, o Ministério da Fazenda, o governo pode adotar uma MP que faça essa desoneração valer já a partir deste ano”, disse Moreira.
Edição: Aécio Amado