Jucá diz que sai sem mágoa e que caberá ao novo líder construir unidade da base aliada

13/03/2012 - 15h04

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A saída do senador Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo no Senado foi formalizada ontem (12) à noite, em uma conversa da presidenta Dilma Rousseff  com o parlamentar. Segundo Jucá, na conversa, a presidenta informou que faria um rodízio nas lideranças do governo Câmara e no Senado.

Ele disse que deixa a liderança sem mágoa. “Não saio magoado. Houve [no noticiário] uma confusão entre a minha saída e a votação da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]." Na semana passada, os senadores derrubaram a indicação de Bernardo Figueiredo, indicado pela presidenta, para mais um mandato como diretor-geral da agência reguladora. Jucá destacou que, no dia da votação, fez o que pôde para conseguir a aprovação do nome de Figueiredo.

Agora, destacou Jucá, caberá ao novo líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), construir a unidade da base aliada, em especial do PMDB, em torno das propostas do governo. Para isso, o partido terá de dirimir as divergências com o chamado G8, grupo de senadores peemedebistas que tem votado contra algumas propostas do Executivo. “Espero que as insatisfações sejam contidas.”

Jucá voltou a dizer que é importante a presidenta Dilma converse pessoalmente com as bancadas, para conter essa insatisfação, que existe não apenas no PMDB, mas também em outros partidos da base, na Câmara e no Senado, é importante que a presidenta Dilma Rousseff converse pessoalmente com as bancadas. “O governo tem que aprimorar suas relações políticas buscando uma relação de entendimento. Essa decisão já foi tomada pela presidenta, e ela vai ouvir as bancadas”, afirmou Jucá.

O senador Eduardo Braga, apontado como substituto de Jucá, disse que não falará sobre o assunto até que o seu nome seja formalizado pelo Palácio do Planalto. Como parlamentar, entretanto, ele fez alguns comentários sobre as relações entre a base aliada e o Executivo e sobre a situação no PMDB. Na opinião de Braga, não há qualquer dificuldade em unificar a base governista, pois há margem para dialogar e construir, além de muita predisposição para isso entre as duas partes.

Quanto ao ambiente político no PMDB, o senador disse que o momento é de “muita conversa”. “Há esperança de que consigamos construir a unidade partidária. Nosso esforço é pela unidade no PMDB – eu venho lutando por isso há mais de um ano."

Eduardo Braga defendeu uma interlocução mais ampla com o Executivo e disse que é o que tem feito desde que assumiu o mandato parlamentar. “Poderemos trabalhar melhor a interlocução [de parlamentares] com a presidenta Dilma e até ampliá-la. É o que espero construir, não como líder, mas como companheiro e alguém da base aliada."

Edição: Nádia Franco