Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo fluminense vai apresentar na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o roteiro de economia verde com metas, informou à Agência Brasil a subsecretária de Economia Verde da Secretaria Estadual do Ambiente do Rio, Suzana Kahn.
Professora da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), ela explicou que é muito difícil gerenciar aquilo que não pode ser medido e que é pouco conhecido. “O primeiro passo é ter o roteiro”. Para isso, ela está trabalhando em conjunto com a Secretaria de Planejamento do estado. Suzana Kahn destacou que a ação não se resume a essas duas esferas, mas envolve todos os órgãos do governo fluminense.
“Esse fio condutor seria um roteiro de transição que fica pronto na Rio+20”. O roteiro deverá levar a uma situação melhor em termos de desenvolvimento sustentável, de crescimento com qualidade e de melhoria do bem-estar, com demandas sociais atendidas.
Outra questão importante é a parte de novos mecanismos financeiros de desenvolvimento. O objetivo, acrescentou, é criar instrumentos que não onerem muito o setor produtivo. Um desses instrumentos é a bolsa de ativos ambientais, a Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio). Ela faz com que o custo de cumprimento de exigências legais, ambientais, seja minimizado, “porque você está privilegiando quem consegue atingir aquilo com mais eficiência”.
A BVRio é importante como instrumento econômico e financeiro para o alcance dessas metas e o roteiro pode servir de guia para o governo caminhar em direção única. A estimativa é que a BVRio negocie os primeiros ativos no dia 20 de junho, na abertura da conferência da ONU.
Outro projeto que está sendo elaborado pela Subsecretaria de Economia Verde trata dos chamados distritos verdes. O estado do Rio abrigará o primeiro Distrito Verde do país, que será lançado na Ilha de Bom Jesus, na Ilha do Governador, e funcionará ao lado do Parque Tecnológico da UFRJ. A área abrigará empresas voltadas à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias voltadas à economia verde.
O Distrito Verde segue o conceito de infraestrutura sustentável, privilegiando a sinergia e a eficiência. “É uma área geográfica onde se compartilham algumas coisas, aumentando o benefício”. O lançamento do projeto ocorrerá também na Rio+20, com a presença de convidados estrangeiros.
Suzana Kahn destacou também a coalizão de governos regionais. Lembrou que parte das metas contidas no roteiro de economia verde será discutida com outras regiões. O objetivo é que elas “adotem e assumam o mesmo compromisso que a gente”, declarou. Para a subsecretária, a iniciativa dá mais musculatura a esse movimento, porque não será apenas o estado do Rio fazendo, mas outras regiões do mundo e também do Brasil.
“Isso faz com que você tenha muito mais poder de influenciar, de mudar, em uma escala de baixo para cima. Se você consegue que vários estados comecem a agir dessa forma, o Brasil como um todo também estará, naturalmente, se encaminhando para essa trajetória mais verde”. O compromisso da coalizão de governos regionais está programado para o dia 19 de junho
Edição: Graça Adjuto