Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff viaja hoje (30) para Havana, onde fica até amanhã, e depois segue para Porto Príncipe, no Haiti. É a primeira visita dela aos dois países. Em meio às discussões de abertura econômica e cobranças sobre direitos humanos, Dilma quer concentrar as conversas no apoio do Brasil para a ampliação de parcerias e acordos bilaterais com o governo do presidente cubano, Raúl Castro.
Há reuniões agendadas com o presidente Raúl Castro, mas ainda não foi confirmado o encontro com Fidel Castro, de 85 anos, ex-presidente de Cuba que governou o país até 2008. A presidenta chega a Cuba no auge da abertura econômica do país.
No fim de semana, os 811 dirigentes do Partido Comunista de Cuba se reuniram para buscar alternativas ao apelo de Raúl Castro no sentido de aprofundar os debates sobre as mudanças na economia interna, o que chama de “mudança de mentalidade”.
Essas mudanças foram as alternativas encontradas pelo governo para tentar driblar as dificuldades causadas pelo embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde 1962. Nos últimos dois anos, Raúl Castro adotou uma série de medidas que abrem a economia do país. As decisões envolvem o estímulo à demissão voluntária dos funcionários públicos, a liberação de compra de automóveis e imóveis, a permissão para atividades autônomas e o incentivo à agricultura familiar.
De acordo com assessores de Dilma, a visita dela a Havana tem o objetivo de aprofundar o diálogo e a cooperação bilateral. A ideia é concentrar as conversas na agenda econômica. Nos últimos anos, aumentou o comércio entre o Brasil e Cuba e também foram diversificados os produtos negociados.
Pelos dados do governo brasileiro, o comércio entre Brasil e Cuba registrou valor recorde em 2011, com um total negociado de US$ 642 milhões - 31% a mais do que em 2010. Durante a visita da presidenta a Havana, devem ser ratificados acordos nas áreas técnica, científica e tecnológica visando principalmente à agricultura, segurança alimentar, saúde e produção de medicamentos.
Dilma planeja fazer uma visita ainda ao Porto de Mariel – a 50 quilômetros de Havana e que está sendo ampliado com o apoio de empresários e do governo brasileiro. A ampliação do porto é considerada pelas autoridades cubanos um projeto estratégico para o aumento do intercâmbio comercial de Cuba. O Brasil financia 80% das obras, em um total de US$ 683 milhões.
Edição: Graça Adjuto