Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Secretaria Municipal de Assistência Social montou uma base dentro da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para prestar apoio aos familiares dos desaparecidos. Assistentes sociais e médicos, psicólogos e voluntários da Cruz Vermelha dão o apoio aos parentes e amigos que aguardam informações das buscas. A secretaria informou que arcará com os custos dos funerais para as famílias que não possuírem condições financeiras.
O clima no entorno dos três edifícios que desabaram na noite desta quarta-feira (26) no Centro do Rio de Janeiro ainda é de tragédia. Neste momento, agentes da Guarda Municipal tentam afastar os curiosos que se aglomeram nos arredores do desabamento. De acordo com o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, as buscas continuarão 24 horas por dia e só encerrarão quando for encontrado o último desaparecido.
A secretária Sandra Ribeiro, de 40 anos, procurava pelo pai, Cornélio Ribeiro Lopes, de 73, e pela mãe Margarida Vieira de Carvalho. Segundo ela, Cornélio era o porteiro do edifício Liberdade, na Avenida 13 de Maio e trabalhava no local há quase 40 anos. Sandra reclama da falta de estrutura que havia no prédio. Cornélio foi a primeira vítima encontrada sob os escombros.
”Eu morava ali até o ano de 2003 no último andar e desde aquele tempo havia uma rachadura enorme, quase um vão que era possível observar todos os andares. As rachaduras eram no prédio inteiro e as obras, que eram ilegais, eram feitas no interior do prédio”, relatou Sandra.
O assistente administrativo Luiz César Vasconcelos, de 38 anos, aguarda informações do irmão Luiz Leandro Vasconcelos, de 40, que trabalhava durante a noite no edifício Liberdade como técnico em manutenção de computadores. “O último contato dele conosco foi por volta de 20h. Após esse horário soubemos do desabamento e imediatamente ligamos para saber notícias dele, mas não conseguimos mais o contato. Ainda tenho esperanças de que ele seja encontrado com vida”.
As buscas persistem agora à noite por cerca de 80 bombeiros, além de operários da prefeitura com guindastes, retroescavadeiras, tratores e caminhões.
Edição: Rivadavia Severo