Daniel Lima e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Uma das missões da equipe econômica em 2012 é reduzir o custo financeiro no Brasil e permitir maior crescimento do consumo, disse hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o crédito para a população ainda é alto, embora a taxa real de juros, que desconta a inflação, esteve abaixo de 4,5% ao ano. O ministro não quis antecipar, no entanto, se a alteração no custo financeiro significa redução ainda maior do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Em relação ao crédito, o que temos a reclamar é o custo financeiro elevado. Então, é uma missão, para o próximo ano, reduzir o custo do crédito. Quando baixarem as taxas, o consumo irá crescer mais, com prestações menores, e permitirá à população a aquisição de novos bens ”, destacou o ministro.
Em relação à crise global, ele informou que o cenário favorece o crédito e os juros. Isso porque, na avaliação de Mantega, com um crescimento menor no mundo e a redução de pressões inflacionárias, será possível praticar taxas reduzidas no mercado financeiro. “Na crise, os juros costumam ser menores. Essa é a tendência e favorece a queda dos juros”, informou.
Sobre o crescimento da economia em 2011, Guido Mantega, avaliou que a crise econômica global reduziu “um pouco o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil , de 0,5% ponto percentual a 1% ponto percentual. Assim, a economia brasileira deverá crescer até 3,5% neste ano, pouco mais do que estima o Banco Central (3%). No ano que vem, o Ministério da Fazenda espera um crescimento entre 4% e 5%. “Mesmo porque nós já administramos uma parte dos impactos da crise. A previsão do Banco Central é mais precisa no que diz respeito à inflação. Eles [BC] são menos precisos em relação ao crescimento. Nós usamos variáveis diferentes.”, disse.
Segundo Mantega, a preocupação do BC tem mais a ver com o cenário de inflação, e o Ministério da Fazenda destaca o crescimento da economia em um cenário que terá que ser utilizado ao estabelecer parâmetros para as contas públicas, para o Orçamento da União. “Sou mais o cenário nosso. Calculamos 4% se a situação internacional ficar complicada. Mesmo assim, com a esperança que os europeus consigam resolver os seus problemas”, destacou.
Edição: Graça Adjuto