Daniel Lima e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, assegurou hoje (22) que a inflação não fechará 2011 acima de 6,5%, limite máximo para a meta este ano, que é 4,5% mais 2 pontos percentuais de tolerância. Apesar de o IPCA-15, índice que serve de prévia para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ter encerrado o ano acima desse percentual, o ministro disse não acreditar que o índice oficial ficará além do teto.
“Não acredito que vou receber uma carta do Banco Central [comunicando o descumprimento da meta]”, declarou o ministro em café da manhã com jornalistas. Ele esclareceu, no entanto, que o Banco Central só é obrigado a enviar o documento caso o IPCA feche o ano acima de 6,55%. Isso porque, até um índice de 6,54%, o percentual pode ser arredondado para 6,5%.
Mantega informou ainda que o acompanhamento diário da inflação mostra que os preços estão subindo em ritmo menor no fim do ano, o que leva a Fazenda a crer que o IPCA ficará dentro do intervalo da meta. “A média diária de inflação no fim do ano está menor que nos meses anteriores”, destacou.
O Relatório de Inflação, divulgado hoje pelo Banco Central (BC), manteve a previsão de 6,5% para o IPCA de janeiro a dezembro. O documento, porém, aumentou de 45% para 55% a probabilidade de que a inflação feche o ano acima do teto da meta. O BC projeta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 3% em 2011, mas Mantega confirmou as previsões da Fazenda de que a expansão ficará entre 3% e 3,5%.
“Em relação ao PIB, o que sei é que a taxa de crescimento está em 3,2% nos 11 primeiros meses do ano e em 3,7% no acumulado de 12 meses”, alegou o ministro. Segundo ele, as previsões do Banco Central e da Fazenda levam em conta cenários diferentes. Isso porque o BC faz as estimativas considerando a manutenção dos juros , enquanto a Fazenda leva em conta a queda dos juros e uma taxa de câmbio mais favorável.
Na avaliação de Mantega, o crescimento do PIB em 2011 poderia ter ficado em até 4% não fosse o agravamento da crise na Europa e o atraso na recuperação dos Estados Unidos. “A crise econômica internacional teve impacto de 0,5 a 1 ponto percentual no crescimento por causa da queda na demanda externa”, justificou.
Para 2012, embora a previsão da equipe econômica seja de expansão de 5%, o ministro admitiu que o crescimento poderá ficar abaixo disso por causa da crise internacional. “O crescimento no próximo ano ficará entre 4% e 5%. Se a crise econômica continuar, será 4%”, declarou.
Edição: Graça Adjuto