Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Banco Central (BC) espera por menor crescimento do crédito em 2012. Segundo projeções divulgadas hoje (21), a estimativa de expansão do saldo do crédito em 2011 passou de 17% para 17,5%. Mas no próximo ano, o BC espera que o crescimento fique menor – em 15%.
A previsão de expansão do crédito em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – recuou de 48,5% para 48,4%, em 2011. No próximo ano, essa relação deve ficar em 51%.
Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a moderação no crescimento do crédito é positiva. “É saudável para o sistema, com percentuais de crescimento sustentáveis.”
Maciel acrescentou que apesar de o Brasil estar em período de redução da taxa básica de juros, a Selic, que serve de referências para as dos financiamentos, e de reversão parcial de medidas de restrição ao crédito, a crise econômica externa exerce influência nas concessões de crédito. “É um momento de retomada cautelosa [do crédito]. Os bancos estão mais seletivos e mais cautelosos pelo próprio ambiente de incerteza”, destacou.
Pelas projeções do BC, o crédito direcionado (operações feitas com taxas ou recursos preestabelecidos em normas governamentais, destinadas basicamente os setores rural, habitação e de infraestrutura) deve puxar a expansão dos financiamentos em 2012. A expectativa de crescimento para o próximo ano é 21%, sendo que para este ano chegou a 22,5%. Dentro do crédito direcionado, o habitacional deve impulsionar a expansão.
“O crédito habitacional é uma das modalidades que vão impulsionar o crescimento em 2012. A gente espera alguma moderação, mas mesmo assim com taxas mais elevadas que a média”, disse Maciel.
A expansão do saldo de crédito com recursos livres deve ficar em 15% para 2011 e 12% para o próximo ano, estima o BC.
Edição: Talita Cavalcante