Joãosinho Trinta criou polêmicas na Passarela do Samba

17/12/2011 - 12h43

Renata Chaiber
Repórter da TV Brasil

Rio de Janeiro - O carnavalesco Joãosinho Trinta gostava de luxo em suas criações, mas também criou polêmica na Passarela do Samba, no Rio. João Clemente Jorge Trinta nasceu em São Luís, no dia 23 de novembro de 1933. De família pobre, desde cedo construiu seus brinquedos. Até os 18 anos, viveu na capital maranhense, onde trabalhou como escriturário. Em 1951, deixou o Maranhão e foi para o Rio de Janeiro, para dedicar-se à dança no Teatro Municipal.

Fez parte do corpo de baile durante 25 anos, participando de montagens de óperas e balés A carreira de carnavalesco de Joãosinho Trinta começou como assistente na Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, em 1963. Dez anos depois, já era o titular. Ganhou o bicampeonato em 1974 e em 1975 com os enredos O Rei da França na Ilha da Assombração e O Segredo das Minas do Rei Salomão.

Em 1976, foi para a Beija-Flor de Nilópolis, onde ganhou os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983. Uma das marcas do carnavalesco era o luxo e a riqueza na avenida. Criticado por ter essa postura, é dele a célebre frase: "O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual".

Em 1989, levou para a avenida o enredo Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia. Com a imagem de Jesus Cristo mendigo, Joãsinho Trinta entrou em choque com a Igreja Católica. A imagem foi censurada e passou pela Marquês de Sapucaí coberta. O carnavalesco ficou na Beija-Flor durante 17 anos e depois foi para a Unidos do Viradouro. Em 1996, teve um derrame que paralisou um dos lados do corpo. Mesmo debilitado, continuou trabalhando e conquistou o título de 1997 pela Viradouro com o enredo Trevas! Luz! A Explosão do Universo.

Em 2003, a Grande Rio conquistou com o carnavalesco um inédito terceiro lugar. Em 2006, Joãosinho Trinta teve outro derrame. No ano seguinte, foi demitido da Grande Rio por outra polêmica com a Igreja Católica e com a Justiça: a exposição de alegorias que representavam atos sexuais, em um enredo sobre a camisinha. Novamente, usou o recurso de cobrir as alegorias na Passarela do Samba.

Ao deixar a escola, voltou para o Maranhão. Atualmente, trabalhava no projeto do governo do estado para comemorar, em 2012, os 400 anos de São Luís.

Edição: Graça Adjuto