Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, defendeu uma conversa "cara a cara" com os integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Santos disse que quer dispensar intermediários internacionais. Segundo ele, esses intermediários só devem ser acionados quando o processo de negociações estiver avançado.
"Tem de haver um mínimo de confiança para nos sentarmos. Esse passo não é difícil, tem de haver uma demonstração de vontade. Os atores internacionais podem ajudar, mas não no início porque não queremos que o processo se converta em um show midiático internacional", disse o presidente.
A reação de Santos foi provocada pela decisão das Farc de dar continuidade à libertação dos sequestrados, condição imposta pelo presidente para negociar com os guerrilheiros. A iniciativa do grupo guerrilheiro foi anunciada em comunicado.
No comunicado, as Farc dizem que vão “concretizar a libertação unilateral dos prisioneiros de guerra". Mas, não há referência nem de nomes nem de datas. O anúncio das Farc ocorreu depois de uma série de protestos na Colômbia contra as ações da guerrilha. Os manifestantes saíram às ruas e gritaram palavras de ordem, como "Liberdade, Liberdade".
Santos disse ainda que agirá com as Farc tal como fez com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que havia rompido relações com o governo do ex-presidente Álvaro Uribe. "[Vou conversar] cara a cara, governo e guerrilha, e se houver possibilidade, não acho difícil chegar a um acordo em breve", disse ele.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Edição: Talita Cavalcante