Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, acusou hoje (18) a empresa petrolífera Chevron de ter subestimado a quantidade real de petróleo vazado do Campo de Frade, na Bacia de Campos. Minc sobrevoou a área atingida pelo vazamento a bordo de um helicóptero da Marinha e constatou que a quantidade de óleo no mar é maior do que o anunciado pela empresa.
“A mancha é muito grande. Está borbulhando e continua saindo óleo da fissura. Nós vimos três baleias jubarte a 300 metros, o que significa que a biodiversidade já está afetada. Se a empresa sonegou informação, e tudo indica que sonegou, ela tem que ser ainda mais rigorosamente punida. Por ter poluído, por ter afetado a biodiversidade e por ter sonegado a informação.”
Minc considerou que houve erro em um estudo geológico anterior, ao não prever a possibilidade de uma falha no subsolo. “Isso é muito grave. Pois significa que deveria ter sido previsto antes e poderia inclusive evitar esse tipo de acidente.”
O secretário também classificou o acidente como um alerta para toda a exploração do pré-sal que está começando no país. “Este não foi um acidente gravíssimo, mas foi um festival de erros. Serve para nós como um alerta vermelho. Este é um [poço], o pré-sal vai ter mil. Então temos que tirar lições disso.”
O presidente da subsidiária brasileira da Chevron, George Buck, negou que a empresa tenha subestimado o tamanho do vazamento e disse que era muito difícil definir a real dimensão do problema. Segundo ele, 11 dias após o vazamento, que começou no último dia 7, a empresa ainda não sabe o quanto de óleo efetivamente vazou do Campo de Frade.
Edição: Aécio Amado