Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 30 mil pessoas são esperadas hoje (30) na Rio Parada Funk, um encontro de funkeiros que tem o objetivo de consagrar o gênero como cultura popular e mostrar o tamanho do movimento. Foram montados dez palcos, onde 50 DJs e 40 MCs se apresentarão até as 20h, no Largo da Carioca, no centro. Estão previstas também oficinas de dança e de discotecagem no local.
De acordo como o presidente da Associação de Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk), MC Leonardo, um dos organizadores, a proposta é consolidar o funk com "cultura carioca". Segundo ele, as divergências com grandes gravadoras, acusadas de explorar artistas, ficam de lado por um dia. "Na defesa do funk somos todos parceiros. Isso aqui é resultado do trabalho de todo mundo", disse.
Entre as atrações mais esperadas está o trio Kadu e as Gatinhas. Acostumado a tocar em clubes e boates há cinco anos, Kadu diz que a oportunidade de se apresentar em um baile à céu aberto "é uma chance de mostrar para as pessoas como realmente é o funk, com letras boas e engraçadas".
Conhecido por seus cabelos loiros, pelas roupas de basquete e pelos tradicionais "passinhos", o grupo Os Ousados promete contagiar principalmente o público infantil. "Nas comunidades há muita criança, mas as que moram lá. Aqui, não, elas vêm de tudo quanto é lugar", disse, sob o olhar atento de meninos que esperavam para copiar os movimentos dos dançarinos.
Até o fim do dia, devem chegar ao Largo da Carioca pessoas de várias partes da cidade. Do bairro Taquara, em Jacarepaguá, região oeste da cidade, o auxiliar de serviços gerais Adilson da Costa, de 43 anos, levou a mulher e os dois filhos, de 12 e 9 anos para participar da festa.
Amante do funk, Adílson quer mostrar para a família os ritmos mais antigos, que não tocam com tanta frequência nas rádios. A filha, Carina Fernandes da Costa, está animada. "Meu pai me ensinou a gostar de funk. Temos as músicas em casa, ouvimos e gostamos. Tem os funks mais antigos e os mais novos, que eu gosto de cantar e dançar também", contou a estudante.
Três amigas de Rocha Miranda, bairro da zona norte, também levaram sua crianças. "São várias equipes, vários MCs. É domingo, uma oportunidade para se divertir", disse Patrícia Santana, de 24 anos, mãe de uma menina de 7 anos. "A gente não estava fazendo nada em casa e decidiu ouvir aqui o que a gente sempre ouve em casa", completou Natália Augusto, de 21 anos.
Edição: Juliana Andrade